Folha de S. Paulo


Após protesto na Paulista, prejuízo com cabines é estimado em R$ 15 mil

A Associação Paulista Viva, entidade responsável por promover ações em prol da avenida, afirma que durante os protestos de ontem (26) ao menos três cabines da Polícia Militar foram danificadas pelos manifestantes.

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Segundo o presidente da associação, Antonio Carlos Franchini, o prejuízo total estimado é de R$ 15 mil - R$ 5 mil para arrumar cada uma das cabines.

O valor será pago pela própria entidade. A associação possui cerca de 200 associados, que representam ao menos 1.500 estabelecimentos, entre escritórios, escolas, hospitais e fundações.

Uma das cabines danificadas ontem havia sido recolocada na avenida nesta semana. Ela já havia sido danificada durante a onda de protestos do mês passado e passava por reparo.

Desde junho, início das manifestações na cidade, foram danificadas dez cabines (sem contar as três de ontem). Três delas foram completamente destruídas por incêndios. O prejuízo total foi de R$ 40 mil.

"A manifestação é legítima, um direito. Mas a gente fica chocado que pessoas se infiltrem e pratiquem atos violentos e de vandalismo. É uma pena que se façam estragos ao patrimônio público e privado", afirmou Franchini.

DETIDOS

Oito pessoas foram detidas na região central de São Paulo após o protesto em apoio às manifestações cariocas contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) terminar em vandalismo.

Dos oito detidos, seis já foram liberados pois a polícia não encontrou provas que os ligassem aos atos de depredação na região, segundo a Polícia Militar.

Outros dois foram encaminhados à Polícia Federal pois foram encontrados com oito cartões clonados dentro uma agência da Caixa Econômica Federal.

A Polícia Militar não soube confirmar se os dois detidos faziam parte da manifestação ou se aproveitaram do protesto para usar os cartões clonados.

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O ato reuniu cerca de 300 pessoas, segundo a PM. A maioria era adepta da estratégia de protesto anticapitalista "black bloc", que prega a destruição do patrimônio privado.

Os manifestantes --muitos mascarados e de preto-- depredaram 13 bancos, a estação Trianon-Masp, uma loja de carros, semáforos e um furgão da TV Record.

A polícia só interveio uma hora depois. "A orientação é não causar confronto", disse à Folha um soldado.

Os manifestantes se concentraram por volta das 18h no vão-livre do Masp. De lá, saíram em marcha no sentido Paraíso, tendo à frente uma faixa com os dizeres "Vaza Cabral".

Um grupo abriu outra faixa que dizia "Fora Alckmin". Foi repreendido por outros participantes, com o argumento de que a pauta do dia era o governador do Rio, mas conseguiu aval para seguir.

Outro grupo puxou gritos de "Alckmin, pode esperar, a tua hora vai chegar".

"O povo do Rio hoje não pode ter voz. Mas quero dizer que essa manifestação é pacifica", disse um rapaz, sendo vaiado e sufocado pelos gritos de "sem pacifismo".

O vandalismo começou assim que o ato deixou o Masp, às 19h. Um grupo arrancou o corrimão de uma agência do Itaú e o usou para destruir a fachada deste e de outros bancos. Em algumas agências foram destruídos computadores, mesas e cadeiras.

Apesar dos gritos de "só banco", eles depredaram equipamentos públicos, como semáforos, relógios e canteiros. Cabines da PM foram arrancadas e usadas como escudos.

A marcha seguiu pela av. 23 de Maio. Manifestantes invadiram um ônibus e o atravessaram no meio da pista Congonhas, bloqueando-a.

A PM só atuou quando a marcha já estava na 23 de Maio, lançando bombas de gás contra o grupo atacou o furgão da Record. A corporação negou que tenha demorado a agir. Disse que chamou reforços quando notou que o protesto deixou de ser pacífico.

Convocado pelo Facebook há uma semana, o ato ocorreu em outras capitais, como Porto Alegre. (ANDRÉ MONTEIRO, GIBA BERGAMIM JR. E RODRIGO LEVINO)


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