Folha de S. Paulo


PM nega demora para conter atos de vandalismo durante ato em SP

A Polícia Militar de São Paulo negou que tenha demorado a agir para conter os atos de vandalismo durante protesto desta sexta-feira, na avenida Paulista, na região central da capital paulista. Ao todo, foram depredadas 13 agências bancárias, uma estação do metrô, além de semáforos e uma concessionária.

A Folha flagrou mais cedo o momento em que um grupo de quatro PMs, que seguiam a pé, deixaram o local em que manifestantes destruíam uma agência do banco Itaú na esquina da av. Paulista com a Brigadeiro Luís Antônio, sem repreender ou tentar conter os vândalos.

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Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da corporação afirmou, pelo telefone, que "o policiamento de área estava acompanhando a manifestação desde seu início, às 18h". Segundo a polícia, a decisão de não chamar reforços aconteceu porque a manifestação avançava pacificamente até as 19h20.

"Em torno das 19h20, quando começaram os atos de vandalismo, a Força Tática, responsável pelo controle de distúrbios, foi acionada. Foi preciso realocar esse efetivo", disse. A PM conseguiu dispersar a manifestação por volta das 20h40. Os primeiros policiais chegaram por volta das 20h.

Questionada sobre qual o efetivo que acompanhou o início da mobilização na Paulista, a assessoria da PM disse ainda não ter conseguido levantar esse número. Sobre os relatos de que eram apenas quatro policiais, a assessoria afirmou que "geralmente, o número não é tão pequeno assim".

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PROTESTO

O ato teve início por volta das 18h, no vão livre do Masp, e era contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e a repressão policial ocorrida durante a visita do papa Francisco.

Os manifestantes também pedem explicações para o sumiço do pedreiro Amarildo Dias da Silva, 42, que desapareceu após uma ação policial na favela da Rocinha. Ele desapareceu após ser levado por policiais militares de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Organizadores do ato disseram que os 'black blocs' (grupo de anarquistas que prega a depredação do patrimônio publico e privado nos protestos) se infiltraram no ato organizado por eles, que era pacifico.

"Nosso ato era somente para protestar contra a violência policial no Rio de Janeiro e o sumiço do Amarildo. Não pregamos a violência, mas a partir de um momento, os 'black blocs' começaram a entrar no ato e quebrar tudo", disse um manifestante que não quis se identificar, mas disse ser um dos organizadores.

Convocada pelas redes sociais, a manifestação tem punks e integrantes dos 'black blocs'. O protesto intitulado "apoio aos irmãos e irmãs Cariocas" foi anunciado também nas redes sociais em outras capitais, como Belo Horizonte, Florianópolis e Salvador.


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