Folha de S. Paulo


Polícia investiga desaparecimento de pedreiro na Rocinha, no Rio

O pedreiro Amarildo Dias de Souza, 47, morador da favela da Rocinha, na zona sul do Rio, está desaparecido desde a noite de domingo (14) quando foi levado por policiais militares à sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Na quarta (17) à noite, moradores da favela fizeram uma passeata em protesto contra o desaparecimento.

Ontem à tarde, a família de Souza se reuniu com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame; o comandante da UPP local, o major Edson Santos; o delegado da 15ª DP (Gávea), Orlando Zaccone; e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa), o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

De acordo com os parentes do pedreiro, ele chegava de uma pescaria quando foi levado para uma averiguação na sede da UPP. Desde então, está desaparecido.

Já o Comando da UPP da Rocinha informou que o rapaz foi levado à UPP por ser suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas no local, mas como sua suposta ligação não foi confirmada, ele foi logo liberado.

Policiais da 15ª DP vão buscar imagens do sistema de câmeras da Rocinha para saber o que aconteceu com o pedreiro após deixar a área administrativa da UPP. A favela possui um sistema com 84 câmeras instaladas em 14 pontos considerados estratégicos da comunidade.

Desde sábado, a Polícia Civil, com o apoio de policiais da UPP, tenta cumprir 58 mandados de prisão por tráfico de drogas, na favela da Rocinha. Até o momento, 27 foram presas.

A operação Paz Armada, deflagrada no sábado pelas polícias Civil e Militar descobriu após três meses de investigação que, um ano e meio após a ocupação da favela, ainda há 100 pontos de venda de drogas em funcionamento na Rocinha.


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