Folha de S. Paulo


Governo do Rio admite excessos da PM em manifestações

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, o delegado da Polícia Civil Zaqueu Teixeira admitiu que a Polícia Militar cometeu excessos nas manifestações que vêm ocorrendo na cidade.

"Houve excessos no uso de gás [lacrimogêneo] e de outros equipamentos não letais. Precisamos que ele [policial militar] possa dosar e fazer uso moderado da força. Junto com a secretaria de Segurança Pública, vamos criar um grupo de trabalho que possa regular o comportamento desses policiais, com normas de procedimento", disse o secretário.

A afirmação aconteceu ontem (15) após uma reunião com membros de entidades de direitos humanos. Segundo ele, em 30 dias serão anunciadas mudanças na grade curricular da polícia. Um grupo de trabalho será criado para trabalhar nesta mudança.

A reunião aconteceu a pedido de ONGs e grupos voltados para a defesa de Direitos Humanos. As entidades lembraram a ação policial em 16 de junho pouco antes do jogo entre México e Itália, no Maracanã, pela Copa das Confederações.

Na ocasião, os PMs perseguiram os manifestantes até a Quinta da Boa Vista, parque na zona norte do Rio. Na ação, os PMs chegaram a jogar gás lacrimogêneo próximo às famílias.

"Chegou-se à conclusão de que alguns procedimentos precisam ser aperfeiçoados, afirmou o secretário.

O secretário Teixeira também quer que os policiais mantenham sempre o seus nomes estampados na farda.

O policial que escondê-lo durante os protestos será punido, segundo garantiu o comandante da PM ao secretário. A hora e local devem ser anotados e passados à corregedoria interna da corporação.


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