Folha de S. Paulo


Após denúncia de tortura, Justiça liberta suspeitos de matar jovem no PR

A Justiça do Paraná determinou na tarde desta segunda-feira (15) a soltura de quatro funcionários de um parque de diversões acusados de estuprar e matar uma adolescente de 14 anos em Colombo (região metropolitana de Curitiba).

Eles haviam confessado o crime, segundo a polícia, mas depois disseram ter sido torturados por policiais para isso. A libertação dos rapazes aconteceu por volta das 19h.

OAB acusa polícia de torturar suspeitos de estupro no Paraná
Jovem morta não foi estuprada por funcionários de parque, diz laudo

Reprodução/RPC TV
Tayná da Silva, 14, foi estuprada e morta
Tayná da Silva, 14, foi estuprada e morta

A corregedoria da Polícia Civil do Paraná pediu a prisão preventiva e o afastamento de função dos 15 policiais envolvidos no caso. Ontem, foram afastados todos os policiais da delegacia de Alto Maracanã, em Colombo, responsável pelas primeiras investigações do caso. A apuração recomeçou na semana passada, após a divulgação do teste de DNA.

Na semana passada, um laudo policial mostrou que o sêmen encontrado na vítima, Tayná Adriane da Silva, não batia com o DNA dos quatro presos, que têm entre 22 e 25 anos.

Os rapazes disseram que foram espancados, empalados, asfixiados com sacos plásticos, eletrocutados e forçados a fazer sexo oral entre si. Um deles relatou ter tido a cabeça enfiada num formigueiro. Um dos suspeitos está no Complexo Médico Penal, com suspeita de perfuração de órgãos abdominais. Ele estaria evacuando sangue.

O pedido de liberdade dos suspeitos foi feito pelo próprio Ministério Público do Paraná, que considerou haver "fortes indícios" de agressão policial. A Promotoria entendeu que a confissão se tornou "muito frágil" após o teste de DNA. Para o órgão, por enquanto, não há provas suficientes para iniciar um processo criminal contra os quatro.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também sustenta que houve tortura no caso.


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