Folha de S. Paulo


'Viver está caro, por isso estou na rua', diz metalúrgica de SP

Enquanto participava dos protestos na zona sul de São Paulo, a metalúrgica Regiane Maria Marques,35, exibia um cartaz com os dizeres "Fora, Dilma". Quando questionada sobre o motivo de sua participação no ato, afirmou "porque viver está caro".

Ao lado de duas colegas da metalúrgica Kasato, Regiane reclamava dos preços, do custo da educação e do transporte.

"Tenho um filho de 17 anos que faz curso pré-vestibular e tem de gastar com transporte. Além do custo da educação, pagar trasnsporte não está fácil", disse.

A poucos metros dali, a operária Gleice Aparecida, 31, que trabalha há 5 anos na Chris Cintos, zona sul, também gritava palavras de ordem para pedir educação, saúde e transporte. "Falta professor na escola estadual do meu filho, aqui em Santo Amaro, ele sempre tem aulas vagas. É por isso que estou aqui. Para pedir que o governo faça mais investimento em saúde e educação", disse.

Claudia Rolli/Folhapress
Gleice Aparecida, 31, grita palavras de ordem na avenida Paulista para pedir educação, saúde e transporte
Gleice Aparecida, 31, grita palavras de ordem em protesto na zona sul de SP para pedir educação, saúde e transporte

OPERÁRIA-DANÇARINA

Durante o ato, ela e um grupo de cerca de 10 amigas disputava com outros grupo, dessa vez de 15 trabalhadores da gráfica Santa Fé, no bairro de Socorro, quem eram os manifestantes "mais animados" do protesto.

"Não dá só para reclamar. Tem de dançar um pouco", dizia Gleice enquanto sambava em um roda de rua improvisada pelos colegas.

Mais discreto, Eric Batista, 23, empregado há 2 anos da gráfica Santa Fé, também participava de um grupo de "operários-dançarinos" no meio da manifestação.

"Gosto de estudar, mas três cursos que fiz já gastei R$ 3.000. Deveria ter mais bolsa de estudo para os operários. A minha empresa recebe uma pequena cota de qualificação em curso técnico do Senai. Para pegar a próxima bolsa, tenho de esperar cerca de 6 anos. Ou seja, quando eu tiver 29 anos. Simplesmente não dá", disse Batista.


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