Folha de S. Paulo


Casa que explodiu em SP tinha fábrica de balões, dizem vizinhos à polícia

Moradores da Vila Carrão, bairro da zona leste de São Paulo, disseram à polícia que a casa que explodiu na noite de domingo (7) era usada como uma fábrica de balões.

Por volta das 22h10 de ontem, duas grandes explosões ocorreram na casa, que ficou destruída. O aposentado José Sorbo Neto, 59, ficou gravemente ferido e foi levado ao Hospital Benedito Montenegro. Sua filha Cristiane Cardoso Sorbo, 33, e uma neta tiveram ferimentos leves.

Sete casas foram totalmente interditadas pela Defesa Civil. Duas tiveram apenas alguns cômodos bloqueados. Portões, janelas e telhados de imóveis nas ruas Mamborê e Volta Grande foram danificados --a casa em que ocorreu a explosão se localiza na esquina entre as duas ruas.

Segundo funcionários da subprefeitura do Aricanduva, os moradores desabrigados terão que reformar as casas e apresentar um laudo à prefeitura, que vai avaliar se os locais podem ser liberados.

"Tinha uma fábrica de balões. Parece que eles estavam mexendo em um quando explodiu", disse André Nascimento, morador do bairro, enquanto tirava fotos do incêndios que atingia a casa.

O técnico em refrigeração Adailton Cardoso, primo de Serbo, negou que houvesse uma oficina de balões ou fogos de artifício armazenados na casa.

Segundo ele, seu primo fabricava velas. Na noite de ontem, diz Cardoso, um balão atingiu o imóvel, que pegou fogo. "Como havia um botijão de gás, a explosão aconteceu", diz ele.

A Polícia Civil diz que vai investigar os motivos da explosão. Uma equipe realizou uma perícia na casa na manhã de hoje. Segundo a 31ª DP, o laudo da perícia deve sair a partir de quarta-feira (10).

Diversas casas ficaram danificadas após as explosões. Pedaços de concreto destruíram um Chevette que estava estacionado na rua. Outro carro ficou com os vidros quebrados.

O aposentado Sidnei Tadeus Pio, 39, morava com a família ao lado. Agora, terá que se mudar para a casa da irmã enquanto seu imóvel estiver em reforma. "No momento [da explosão] estava lendo a Bíblia. Saí correndo e vi o fogo", conta ele.

"Foi um barulho muito forte", diz a assistente administrativa Tamires Jordão, 25, vizinha. Os vidros das janelas da casa dela se quebraram e o forro da cozinha desabou. A Defesa Civil interditou o cômodo.

As explosões foram ouvidas em bairros vizinhos, como Tatuapé e Vila Formosa. "Ouvi o barulho duas vezes na sequência. Minha casa tremeu", diz o pedreiro Julião da Silva, 55, que mora na Vila Formosa, a três quilômetros do local do incidente.

No momento da primeira explosão, ruas nos arredores da Vila Carrão ficaram sem luz, sinal de telefone e TV a cabo. Um incêndio tomou conta da casa e 11 equipes dos bombeiros foram enviadas ao local para combater as chamas.

Em alguns momentos, moradores que assistiam o trabalho dos bombeiros correram com medo de novas explosões. Depois, voltavam à frente da casa, curiosos.


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