Folha de S. Paulo


Mercado Público tinha botijões clandestinos, diz comandante em Porto Alegre

Botijões de gás clandestinos e uma grande quantidade de material combustível prejudicaram os trabalhos dos bombeiros no Mercado Público de Porto Alegre na noite deste sábado (6).

O prédio histórico, um dos cartões postais da cidade, foi parcialmente destruído por um incêndio, mas ninguém se feriu.

Segundo Adriano Krukoski, comandante da corporação na capital gaúcha, como havia muitas estruturas de madeira, o combate às chamas foi dificultado. Ele também citou que havia botijões em restaurantes, apesar do Mercado Público ter uma central de gás.

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O prédio não possuía internamente sprinklers, chuveiros acionados automaticamente em caso de fogo. Segundo o comandante, a legislação não exige esse tipo de equipamento.

Trabalharam no combate ao incêndio 70 agentes dos bombeiros em 15 viaturas. Comerciantes e testemunhas relataram que o socorro demorou a chegar e que havia falta de equipamentos nos caminhões no começo do trabalho.

Krukoski disse que é preciso levar em conta que os bombeiros já combatiam o fogo na parte interna do mercado. "A demora foi normal, até pelo trânsito", falou.

Os Bombeiros de Porto Alegre possuem só uma escada de grande porte usada nesse tipo de incêndio. Outras duas foram trazidas às pressas de cidades próximas.

Questionado se a estrutura foi suficiente para combater o incêndio, o comandante afirmou que o ideal é que cada quartel tenha dois caminhões. Na capital gaúcha, há apenas um por unidade.

Félix Zucco/Agência RBS/Folhapress
Fogo atinge prédio do Mercado Público de Porto Alegre (RS)
Fogo atinge prédio do Mercado Público de Porto Alegre (RS)

PERÍCIA

O fogo começou por volta das 20h em um restaurante do piso superior, de acordo com testemunhas. Às 23h, foi considerado controlado, mas ainda havia pequenos focos de incêndio. A fumaça se espalhou pela região central de Porto Alegre e podia ser vista a quilômetros de distância.

Ainda durante o combate às chamas, comerciantes se reuniam nas proximidades do prédio histórico e lamentavam as perdas. Não há uma estimativa de prejuízo até o momento.

Os donos de lojas querem que seja permitida a entrada no local assim que possível para resgatar mercadorias e pertences. O Mercado Público era formado majoritariamente por armazéns no piso inferior e restaurantes na parte superior.

A avaliação preliminar é que a maior parte do piso inferior não foi atingida pelo fogo. Na parte de cima, as chamas danificaram principalmente a metade sul, onde começou o incêndio. Setores do telhado desabaram.

Peritos do Estado fazem durante a madrugada uma perícia para tentar identificar as causas do incêndio. Os técnicos devem usar imagens de câmeras de segurança da prefeitura na investigação.


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