Folha de S. Paulo


Berço do Passe Livre, Florianópolis mantém valor de passagens

A cidade que foi um dos berços do Movimento Passe Livre no país, Florianópolis (SC) não mudou a tarifa até agora, mesmo com oito protestos em um mês.

Sem o mesmo vigor de 13 anos atrás, quando foi criado, o MPL promoveu ontem à noite o oitavo ato por tarifa zero para todos na cidade, mas reuniu 200 pessoas, segundo a Polícia Militar.

Tarifas caem para 70% da população das grandes cidades do Brasil

Os manifestantes queriam ocupar o terminal de ônibus no centro e garantir que os passageiros entrassem nos ônibus sem pagar, mas a PM intimidou o grupo.

O protesto começou às 17h e durou três horas.

O MPL e a FLT (Frente de Luta pelo Transporte) pedem "redução imediata" de R$ 0,20 nos bilhetes, que desde janeiro de 2012 custam R$ 2,90, e um plano que garanta, a médio prazo, tarifa zero aos 330 mil passageiros diários da Grande Florianópolis.

A prefeitura alega que é inviável reduzir a tarifa. Diz que passou a subsidiar em 2005 parte dos custos das empresas para segurar o preço das passagens de ônibus.

Atualmente, o subsídio ao transporte coletivo chega a R$ 1,3 milhão por mês.

ORIGEM

O MPL faz reivindicações na cidade desde 2000, cinco anos antes de ser criado formalmente, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre.

"O movimento agora tem presença nacional, mas cada Estado ainda é independente", diz o estudante de biologia João Gabriel da Costa, um dos líderes do MPL Floripa.

Os dois protestos mais violentos foram em 2004 e 2005, quando os conflitos entre estudantes e policiais duraram mais de uma semana e só terminaram com a suspensão do reajuste. Os atos reuniam 5.000 pessoas, segundo a PM.


Endereço da página:

Links no texto: