Folha de S. Paulo


Médicos vão às ruas de capitais contra 'importação' de profissionais

Milhares de médicos e estudantes de medicina fazem passeatas no final da tarde desta quarta-feira (3) contra a vinda de médicos estrangeiros para atuar no SUS (Sistema Único de Saúde) sem teste para validar seus diplomas no Brasil.

Os atos acontecem simultaneamente em São Paulo, Rio, Ceará, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, entre outros Estados. Segundo o Conselho Federal de Medicina, havia previsão de protestos em todos os Estados do país.

Médicos entregam documento com reivindicações na sede da presidência em SP

Na Bahia, há manifestações em Salvador e nas duas maiores cidades do interior: Feira de Santana e Vitória da Conquista.

Na capital baiana, onde é feita uma das maiores manifestações da categoria nesta tarde, cerca de 3.000 médicos, residentes e estudantes, além de representantes de três associações de classe, saíram do largo do Campo Grande em direção à praça Castro Alves, no centro.

O protesto só deixou livre uma das pistas da avenida Sete de Setembro, causando grande congestionamento.

Os manifestantes se dizem contrários à "importação indiscriminada de médicos estrangeiros". Outras bandeiras são o fortalecimento do SUS, a aprovação do plano de cargos e salários de médicos do Estado e demais profissionais de saúde e a sanção da Lei do Ato Médico, sem vetos.

Em Fortaleza, aproximadamente 2.000 pessoas caminham pela avenida Beira-Mar, segundo a Polícia Militar, com cartazes e palavras de ordem. O ato começou pela manhã na Assembleia Legislativa do Estado, onde os médicos buscaram apoio dos deputados.

Em Goiânia, mil manifestantes, segundo a PM, marcharam do prédio do CRM (Conselho Regional de Medicina) até o Hospital Geral, onde o ato terminou.

Em torno de 800 médicos e estudantes também foram às ruas em Belo Horizonte, em marcha que partiu da avenida Afonso Pena fechou a praça Sete, no centro, por volta das 18h.

Da praça Sete, os manifestantes seguiram pela rua Bahia em direção ao Minascentro, informou a polícia.

Um protesto menor, com cerca de cem médicos e estudantes, interditou no Recife a pista local da avenida Agamenon Magalhães. O ato terminou por volta das 17h.

Não houve confronto entre manifestantes e policiais em nenhum desses locais, informaram as PMs locais.

O Ministério da Saúde, que defende a vinda de médicos, afirma que a medida é emergencial e que, se os profissionais fizessem a prova de validação do diploma, poderiam atuar onde quisessem --e não apenas em áreas em que há carência de médicos.

Segundo o ministério, esses médicos passarão por um treinamento de três semanas no país antes de iniciar o trabalho.


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