Folha de S. Paulo


Moradores protestam contra ação do Bope no Complexo da Maré, no Rio

Um grupo formado por moradores de todas as 13 comunidades do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, protesta contra a violência policial na tarde desta terça-feira (2). O movimento conta com a adesão de sociólogos e especialistas da área de segurança pública de faculdades particulares e publicas do Rio.

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Cerca de mil pessoas participam do ato, segundo a organização. A PM estima que cerca de 500 pessoas estejam no local.

Por volta das 17h, o grupo ocupou a pista da direita da avenida Brasil, no sentido zona oeste, por onde segue em caminhada. As outras três pistas da via, uma sentido zona oeste e outras duas no sentido centro, estão abertas normalmente. Antes, os manifestantes se concentraram na altura da passarela nove da avenida, um dos acessos ao complexo.

Os moradores afirmam que o Bope (Batalhão de Operações Especiais), da PM do Rio, protagonizou uma ação violenta na comunidade da Nova Holanda, uma das favelas que integram o complexo. Na ocasião, a operação realizada na madrugada de 25 de junho resultou na morte de 10 pessoas, entre elas, um policial do Bope.

"Queremos que o governador nos escute. Não é possível que a policia entre aqui dessa forma. Há famílias chorando" disse Andreia Matos, presidente da associação de moradores da Nova Holanda.

"Estamos cansados de ver o governo entrar na Maré e nos fazer chorar. Chega de bala perdida", disse Marcos Gomes, da associação da Vila do João, outra comunidade do complexo.

"Queremos ser recebidos pelo governador e ouvir dele um pedido de desculpas. Há inocentes sendo mortos aqui", contou Pedro Francisco dos Santos, do Conjunto Esperança.

De acordo com o coronel Rodrigo Sanglard, comandante do Batalhão da Maré, há 70 PMs de sua unidade disponibilizados para acompanhar o protesto.

Há também outros 30 policiais do batalhão de Vias Especiais e 20 da Forca Nacional, espalhados pela avenida e linhas Vermelha e Amarela, principais acessos ao centro do Rio.


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