Folha de S. Paulo


PM dispersa manifestantes que ocupavam pedágio em Campinas (SP)

Após ocupar o pedágio da rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332) --que liga Campinas a Mogi Guaçu-- por mais de 14 horas, manifestantes que protestam pelo segundo dia contra o preço da tarifa da praça, atualmente em R$ 6,20, foram dispersados pela Tropa de Choque da PM.

No fim da manifestação, uma pessoa tentou incendiar uma das sete cabines do pedágio, mas o fogo foi controlado. Diferentemente do ocorrido na sexta-feira (28), quando vários equipamentos da praça foram depredados, não houve outros registros de vandalismo e o protesto foi pacífico.

No momento, funcionários da Rota das Bandeiras, concessionária da Odebrecht que administra a rodovia, faz a limpeza do local para a liberação da pista.

Durante a tarde, um grupo de seis integrantes do movimento --formado principalmente por moradores de Cosmópolis (a 135 km de São Paulo)-- foi até a sede da empresa e se reuniu com executivos durante mais de duas horas.

A Rota das Bandeiras informou que vai levar as reivindicações dos manifestantes à Artesp, órgão do governo estadual que administra as concessões de estradas paulistas, e que o grupo se comprometeu, em contrapartida, a convencer os demais manifestantes a suspender os protestos e a evitar novas paralisações do tráfego na rodovia.

Entretanto, um novo protesto já está confirmado para a manhã de terça-feira (2), nos mesmos moldes dos anteriores. O grupo se reúne no acesso de Cosmópolis à rodovia por volta das 5h e fecha a estrada por volta das 5h30 no km 140. Após a interdição, as pessoas caminham 5 km até a praça de pedágio --que é fechada pela concessionária para evitar um possível conflito.

Segundo um dos manifestantes, o intuito é pressionar o governo por uma solução rápida do impasse.

Hoje, eles interditaram a rodovia na altura do km 135, no sentido sul (Campinas), desde as 5h45. O protesto chegou a reunir mais de 300 pessoas pela manhã. Quando a PM agiu, havia pouco mais de 30 deles no local, segundo a Rota das Bandeiras.

O pedágio ficou desativado desde as 6h25 de hoje, e a PMR (Polícia Militar Rodoviária), responsável pelo patrulhamento em estradas estaduais de São Paulo, fez a segurança do local. Segundo os manifestantes, o clima foi pacífico e houve cordialidade entre policiais e manifestantes --ao contrário do primeiro protesto.

1º DIA

Na sexta, os mesmos manifestantes bloquearam a praça de pedágio do km 135 por cerca de 8 horas. O grupo só deixou a estrada após a intervenção da Força Tática da PM, que usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral quando o protesto já era pacífico.

A PMR tentou antes negociar a saída dos manifestantes e a liberação da pista, que foi ocupada, por volta das 6h, no km 140. O grupo decidiu que deixaria a via apenas às 16h, mas a polícia interveio antes.

Os manifestantes consideram o preço do pedágio abusivo porque a maioria das pessoas de Cosmópolis --que tem 59 mil habitantes-- estuda ou trabalha em Paulínia e região metropolitana de Campinas.

Sobre a reivindicação dos manifestantes, a Artesp disse estudar a implantação de cobrança por trecho percorrido na SP-332, modalidade que a agência diz considerar "mais justa". O modelo de pagamento já está em operação na SP-360, por exemplo, em Itatiba.

No protesto de sexta, uma das sete cabines da praça teve o vidro quebrado, pelo menos seis radares e cinco painéis de informação foram depredados e uma cadeira, cones e barreiras plásticas foram queimadas. Sete pessoas foram detidas.


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