Folha de S. Paulo


Após 12 horas, grupo ainda interdita pedágio no interior de SP

Um grupo que protesta pela segunda vez contra o valor do pedágio da rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga Campinas a Mogi Guaçu, ocupa a estrada há mais de 12 horas nesta segunda-feira (1º).

Formado principalmente por moradores de Cosmópolis (a 135 km de São Paulo), o protesto tem como reivindicação a isenção da tarifa do pedágio do km 135, entre as cidades Cosmópolis e Paulínia --atualmente em R$ 6,20--, para quem mora na cidade.

Eles interditam a rodovia na altura da praça de pedágio, no sentido sul (Campinas), desde as 5h45. Segundo um dos organizadores, a manifestação não tem hora para acabar.

O protesto, que pela manhã chegou a reunir mais de 300 pessoas, segue com cerca de 30 manifestantes no local, segundo a Rota das Bandeiras, concessionária que administra a rodovia.

Uma comissão de seis pessoas foi convidada pela concessionária para conversar sobre a questão, e eles ainda estavam reunidos no fim da tarde de hoje.

O pedágio foi desativado desde as 6h25 de hoje e a PMR (Polícia Militar Rodoviária), responsável pelo patrulhamento em estradas estaduais de São Paulo, faz a segurança do local.

Não há registro de violência nem de atos de vandalismo até o momento --diferentemente do ocorrido sexta-feira (28).

A Rota das Bandeiras informa que continua desviando o trânsito no sentido sul para a rodovia Anhanguera, via SP-133, na altura do km 143.

No sentido norte (Mogi Guaçu), um outro grupo de manifestantes bloqueia a estrada na altura da praça de pedágio da alça de retorno do km 132 e do posto de Paulínia da PMR.

1º DIA

Na sexta, os mesmos manifestantes bloquearam a praça de pedágio do km 135 por cerca de 8 horas. O grupo só deixou a estrada após a intervenção da Força Tática da PM, que usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral quando o protesto já era pacífico.

A PMR tentou antes negociar a saída dos manifestantes e a liberação da pista, que foi ocupada, por volta das 6h, no km 140. O grupo decidiu que deixaria a via apenas às 16h, mas a polícia interveio antes.

Os manifestantes consideram o preço do pedágio abusivo porque a maioria das pessoas de Cosmópolis --que tem 59 mil habitantes-- estuda ou trabalha em Paulínia e região metropolitana de Campinas.

Sobre a reivindicação dos manifestantes, a Rota dos Bandeirantes informou que a Artesp (agência que regula as rodovias concedidas à iniciativa privada em SP) é a responsável pela definição do valor.

Procurada, a agência disse estudar a implantação de cobrança por trecho percorrido na SP-332, modalidade diz considerar "mais justa". O modelo de pagamento já está em operação na SP-360, por exemplo, em Itatiba.

DEPREDAÇÃO

Pela manhã, pelo menos uma das sete cabines da praça teve o vidro quebrado, pelo menos seis radares e cinco painéis de informação foram depredados e uma cadeira, cones e barreiras plásticas foram queimadas.

A Rota das Bandeiras ainda não calculou o valor do prejuízo devido à manifestação. O pedágio voltou a ser cobrado apenas Às 12h40 de sábado.

Sete pessoas foram detidas --acusadas de suposto dano ao patrimônio--, encaminhadas à delegacia da cidade e liberadas em seguida.


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