Folha de S. Paulo


Manifestantes decidem passar segunda noite na Câmara de BH

Manifestantes que ocupam a Câmara Municipal de Belo Horizonte decidiram neste domingo (30) passar a segunda noite no local, sem ceder em dois pedidos: abertura da "caixa preta" do transporte público e reunião com o prefeito Marcio Lacerda (PSB).

A ocupação começou após votação no sábado (29) que baixou a tarifa na cidade de R$ 2,80 para R$ 2,75. Os manifestantes querem corte maior e continuaram por lá --na tarde de hoje, entre 300 e 400 pessoas lotavam o saguão da Câmara e o jardim externo do prédio.

A prefeitura enviou neste domingo o secretário de Governo de Lacerda e o presidente da empresa municipal de transporte para conversar com o grupo. Eles disseram que irão marcar a reunião e aceitaram publicar na internet contratos e licitações do transporte público municipal.

Os manifestantes, contudo, querem acesso às planilhas e auditorias do setor.

"Vamos fazer auditoria paralela e popular dessa questão", dizia um dos manifestantes na assembleia organizada na tarde de domingo durante a ocupação.

Com maioria na casa dos 20 anos, os manifestantes se organizaram em comissões para tentar dar um mínimo de ordem ao ato. A de cozinha montou um fogão a gás do lado de fora. São quatro refeições diárias, e comida não falta --pedidos de ajuda pelas redes sociais são prontamente atendidos.

Há comissão de saúde e de comunicação, única a falar com a imprensa.

A comissão de segurança pediu que mais pessoas pernoitem na Câmara, e dentro do prédio, não no jardim, como alguns têm feito.

Também há luta por consenso entre "a turma do rock --como os mineiros se referem à balada-- e os que querem dormir", para evitar reclamações pelos violões e cantorias.

Às 7h todos estarão de pé. É o horário da alvorada dos manifestantes, que não têm data para desocupar o prédio.


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