Folha de S. Paulo


Polícia apreende adolescente suspeito de matar criança boliviana durante assalto em SP

A polícia apreendeu, na tarde deste domingo (30), um menor de idade suspeito de participar do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos. O crime ocorreu durante assalto à casa de sua família na madrugada de sexta (28), em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmou a apreensão do adolescente, mas não informou sua idade ou as circunstâncias em que ele foi localizado. Ele será ouvido no 49° DP, em São Mateus.

Ele é o terceiro suspeito encontrado pela polícia. Outros dois jovens --Paulo Ricardo Martins, 19, e Felipe dos Santos Lima, 18-- foram reconhecidos por testemunhas e presos no sábado (29).

Martins, segundo a polícia, confessou participação no assalto, mas alegou que o disparo que matou Brayan foi dado por um adolescente. Ainda não há confirmação se trata-se do jovem que acaba de ser apreendido. Já Lima afirma ser inocente.

Reprodução/TV Globo
Documento de identidade do boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, assassinado durante assalto à sua casa na zona leste de SP
Documento de identidade do boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, assassinado durante assalto à sua casa na zona leste de SP

Martins também apontou três outros comparsas, que passaram a ser procurados pelos policiais, mas ainda não foram localizados --a polícia não informou se havia ou não um sexto assaltante, como divulgado na sexta (28).

A Folha não conseguiu contato com defensores dos acusados.

O CRIME

Segundo a polícia, os assaltantes invadiram a casa quando um tio de Brayan estacionava, chegando de uma entrega de roupas. No imóvel moravam 11 bolivianos (quatro casais de costureiros e três crianças, incluindo Brayan).

Brayan, a mãe e o pai, Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, foram levados para a parte de cima do sobrado. Os demais moradores ficaram no térreo, com parte dos ladrões.

A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.

Segundo a mãe do menino, a costureira Veronica Capcha Mamani, 24, os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, deram um tiro na cabeça do menino, que chorava.

O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, classificou o assassinato do menino como um crime hediondo: "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso."

Natural da província de Omasuyos, a família de Brayan chegou ao Brasil há cerca de seis meses. Vieram a convite de um tio da criança para trabalhar como costureiros na casa onde ocorreu o crime.

Segundo Felipe Prado, representante do Consulado Boliviano, a família de Brayan mora legalmente no Brasil e já protocolou um pedido de obtenção do RNE (Registro Nacional de Estrangeiro).

O corpo do garoto Brayan Yanarico foi velado no cemitério São Judas, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e será levado nesta segunda-feira (1°) para a Bolívia, onde será sepultado.


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