Folha de S. Paulo


Corpo de menino boliviano é velado em Guarulhos (SP)

O corpo do menino Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, começou a ser velado na noite deste sábado (29) no Cemitério São Judas, em Guarulhos, Grande São Paulo, e deve ir para a Bolívia na segunda (1º) para ser enterrado em um povoado próximo a La Paz.

O garoto foi assassinado com um tiro na cabeça durante assalto à casa de sua família na madrugada de sexta-feira (28), em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chegou por volta das 21h30 ao velório, no cemitério São Judas. Emocionado, declarou que tinha ido como senador da República para prestar solidariedade à família e afirmou que a ministra Maria do Rosário Nunes (Secretaria de Direitos Humanos) disse que pedia desculpas à família em nome do povo brasileiro.

Chocados com o crime, os pais do menino pretendem voltar para a Bolívia.

Robson Ventura/Folhapress
O senador Eduardo Suplicy comparece ao velório do menino Brayan, 5, assassinado com um tiro na cabeça durante assalto
O senador Eduardo Suplicy comparece ao velório do menino Brayan, 5, assassinado com um tiro na cabeça durante assalto

Natural da província de Omasuyos, a família de Brayan chegou ao Brasil há cerca de seis meses. Veronica Capcha Mamani, 24, e Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, vieram a convite de um tio da criança para trabalhar como costureiros na casa onde ocorreu o crime.

Segundo Veronica, os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, atiraram no menino, que chorava. "Me ajoelhei, abraçada ao meu filho. Ele dizia: 'Não me mate, não mate minha mãe'. Mesmo assim, ele atirou", contou.

SUSPEITOS

A polícia prendeu um rapaz de 18 anos suspeito de participar do assassinato do garoto. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele é o segundo preso por suspeita de envolvimento no caso neste sábado (29).

A polícia afirmou que Paulo Ricardo Martins, 19, e Felipe dos Santos Lima, 18, foram reconhecidos por testemunhas. Martins, disse a polícia, confessou participação no assalto, mas alegou o disparo que matou Brayan foi dado por um adolescente. Já Lima afirma ser inocente.

Martins também apontou três outros comparsas, que passaram a ser procurados pelos policiais, mas ainda não foram localizados --a polícia não informou se havia ou não um sexto assaltante, como divulgado na sexta (28).

A Folha não conseguiu contato com defensores dos dois acusados presos.


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