Folha de S. Paulo


Mais de 14 mil pessoas vão às ruas no país; pautas são diversas

Pouco mais de 14 mil pessoas foram às ruas em ao menos seis cidades brasileiras nesta sexta-feira (28) em mobilizações contra o aumento das tarifas de ônibus, o valor do pedágio, o Ato Médico e a "cura gay" e a favor da democratização da mídia.

Um grupo de 120 pessoas bloqueou em Cosmópolis (SP) a rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), que liga Campinas a Mogi Guaçu, por cerca de oito horas.

Eles protestavam contra a tarifa do pedágio entre Cosmópolis e Paulínia --atualmente em R$ 6,20--, e saíram da estrada somente após a intervenção da PM, que usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral quando o protesto já era pacífico.

Uma das sete cabines da praça de pedágio teve o vidro quebrado, pelo menos seis radares e cinco painéis de informação foram depredados e uma cadeira, cones e barreiras plásticas foram queimadas.

A Rota das Bandeiras, concessionária que administra a rodovia, não soube estimar o valor do prejuízo. Sete pessoas foram detidas sob suspeita de dano ao patrimônio, mas liberadas em seguida.

PELO PAÍS

Uma manifestação em Vitória (ES) reuniu 3.000 pessoas a favor da democratização da mídia. Houve confronto com a Polícia Militar quando manifestantes tentaram derrubar os tapumes que protegiam a ponte de acesso a Vila Velha.

Em Natal, 10.000 manifestantes, segundo a PM, protestaram contra o preço das tarifas de transporte público. O protesto foi pacífico na maior parte do tempo, mas 18 pessoas foram detidas por vandalismo e por portar rojões, bombas e coquetéis molotov.

Um rapaz de 17 anos, filho de um vereador, foi detido com um coquetel molotov. A assessoria de imprensa do legislador negou que o jovem estivesse com o objeto.

No Recife, 100 pessoas participaram de protestos a favor do passe livre e contra a "cura gay" e o Ato Médico, que, ao regulamentar a profissão do médico, coloca em lados opostos o CFM (Conselho Federal de Medicina), que apoia a proposta, e os conselhos de outras profissões da saúde, que veem no projeto uma restrição à sua prática diária.

Novos protestos voltaram a fechar seis rodovias que cruzam o Estado de São Paulo nesta sexta-feira. Os bloqueios ocorreram na Dutra, Fernão Dias, Anhanguera, Rodoanel, Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123) e Edgar Máximo Zambotto (SP-354). Todas foram liberadas no fim da noite.

Ainda em São Paulo, dois protestos que ocorriam na região central de São Paulo contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o deputado Marco Feliciano (PSC) terminaram por volta das 20h40, após interditarem a avenida Paulista.

As cerca de 500 pessoas se juntaram no largo do Arouche e fizeram uma marcha pela Barão de Itapetininga, praça da República e praça Roosevelt.

Também havia manifestantes que protestavam contra o Ato Médico que, ao regulamentar a profissão do médico, o projeto colocou em lados opostos o CFM (Conselho Federal de Medicina), que apoia a proposta, e os conselhos de outras profissões da saúde, que veem no projeto uma restrição à sua prática diária.

Segundo a Polícia Militar, os dois protestos ocorreram de forma pacífica. Não houve grandes problemas no trânsito, informou a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

Outros protestos ocorreram também na estrada de Taipas, na região do Jaguará (zona oeste); e na rua Almofadas, em Perus (zona norte). Na Grande São Paulo houve protestos em Osasco, Guarulhos, Mairiporã e Cajamar. Todos os manifestantes dispersaram no fim da noite desta sexta-feira.

No Rio de Janeiro, ao menos cinco manifestações ocorrem no final da noite em diferentes pontos do Estado do Rio de Janeiro e provocam lentidão no trânsito.

Os protestos ocorreram na rodovia Rio-Teresópolis (BR-116), na altura de Mauá, na Baixada Fluminense; em Maricá, na região dos Lagos, reuniu 200 pessoas; na capital, a PM teve o registro de outras três manifestações. Na Ilha do Governador, zona norte da cidade, um protesto que seguia pacífico na estrada do Galeão acabou com confusão e 12 detidos.

Ainda nesta sexta-feira, a maior das manifestações no Rio mobilizou cerca de 700 pessoas no centro. Elas pediram o fim do preconceito contra gays. No local representantes de profissionais da Saúde que são contra o Ato Médico - projeto que, segundo eles, prejudica os profissionais da área.

Na zona sul da cidade o trânsito chegou a apresentar retenções no Túnel Santa Bárbara, no sentido Laranjeiras. Isso porque cerca de 70 estudantes secundaristas protestaram em frente ao Palácio Guanabara, na rua Pinheiro Machado. Eles reivindicaram melhorias no transporte público e criticaram as recentes ações da Polícia Militar.

CUMBICA

Um grupo de cerca de 200 manifestantes entrou em confronto com policiais militares ao tentar chegar ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP) por uma entrada secundária, na avenida Jamil Zarif. A via é paralela à rodovia Hélio Smidt, a principal ligação ao terminal. Cerca de 200 policiais militares e homens do Batalhão de Choque impediram o acesso do grupo.

Durante a contenção do protesto, houve disparos de bombas de gás lacrimogêneo pela polícia e rojões pelos manifestantes. A Dutra chegou a ser bloqueada em dois pontos, um deles durou quase quatro horas .


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