Folha de S. Paulo


Movimentos estudantis fazem protesto em frente ao Congresso Nacional

A UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) realizaram nesta manhã em Brasília o primeiro ato público na cidade desde o início da onda de manifestações de rua registradas em várias cidades nas últimas semanas.

Com carros de som e ônibus para transporte dos estudantes, as entidades conseguiram reunir cerca de 2.000 pessoas no gramado em frente ao Congresso Nacional, segundo a estimativa da Polícia Militar. Os organizadores esperavam até 10 mil estudantes. Não houve confronto com policiais. O ato começou às 9h e acabou pouco depois do meio-dia.

A presidente da entidade, Virgínia Barros, é filiada ao PC do B, partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff.

Um dos pontos da manifestação foi o pedido de renúncia do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Wilson Dias/Divulgação/Agência Brasil
Estudantes entram no espelho d'água em frente ao Congresso durante protesto que pediu mais royalties para a educação
Estudantes entram no espelho d'água em frente ao Congresso durante protesto que pediu mais royalties para a educação

Em protesto contra o deputado, Vírginia e a presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Manuela Braga, se beijaram no espelho d'água da frente do Congresso Nacional. As duas também entraram na água junto com outros estudantes. O grupo foi impedido de entrar no Congresso por um cordão de isolamento feito por policiais militares.

Em discursos no carro de som, Virgínia disse que a entidade quer ver direcionados para a educação 100% dos royalties da exploração do petróleo nas camadas de pré-sal.

A manifestação da UNE coincidiu com outro protesto realizado na frente do Congresso por cerca de cem moradores de bairros pobres do entorno do Distrito Federal ligados ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

O motoboy Rogério da Cunha, 32, um dos organizadores do protesto, disse que a entidade pede o fim da "criminalização", promovida, segundo ele, pela Polícia Civil do Distrito Federal, de membros do movimento que participaram da organização de uma manifestação que paralisou o trânsito no eixo monumental pouco antes do início da Copa das Confederações.

Na ocasião, foram queimados pneus para atrapalhar o trânsito. A Polícia Civil passou a indiciar e investigar as pessoas que conseguiram os pneus

O MTST integra um grupo de entidades que promove a série de protestos Copa Para Quem?, contrária aos gastos do governo federal e do governo do Distrito Federal para a realização da Copa do Mundo no Brasil.


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