Folha de S. Paulo


Vídeo mostra queda de jovem de viaduto durante protesto em MG; veja

Um manifestante que participava de um protesto ocorrido ontem (26) em Belo Horizonte (MG) registrou o momento que um jovem de 21 anos caiu de um viaduto durante o protesto. Douglas Henrique Oliveira morreu após ser socorrido a um pronto-socorro da região.

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Outro jovem, de 28 anos, também caiu, mas chegou ao hospital consciente. Ao menos outras cinco pessoas já haviam caído do mesmo local em atos anteriores. Por meio de nota, o governador Antonio Anastasia (PSDB) lamentou a morte do jovem.

Segundo balanço feito pelo governo mineiro às 22h, ao menos 26 pessoas foram presas sob suspeita de participação em vandalismo. Além de Oliveira, pelo menos outras oito pessoas ficaram feridas.

A passeata de 8 km transcorreu de modo pacífico por quatro horas --segundo a PM, 50 mil pessoas participavam do ato no meio da tarde, aos gritos de "sem conflito".

Nas imediações do Mineirão, contudo, centenas de pessoas descumpriram acordo entre governo e líderes do protesto para que a passeata não avançasse por uma das vias de acesso ao estádio.

A confusão começou por volta das 15h30, quando homens com camisetas no rosto arrancaram grades de contenção e atiraram bombas, paus e pedras contra os policiais. Por um carro de som, um major pedia moderação.

Como os policiais estavam orientados a manter distância dos manifestantes, respondiam apenas com bombas para tentar dispersar esses grupos, que passaram a vandalizar lojas da região.

Ao menos um posto de combustível, sete concessionárias, uma agência bancária e uma loja de autopeças foram depredadas ou incendiadas --em uma loja da Kia, seis carros foram queimados e dois, depredados.

"O sentimento de revolta é muito grande, nem sei se vou reabrir", disse Bruno Henriques, diretor da concessionária, que estimava o prejuízo em R$ 3 milhões.

Com os presos, a polícia disse ter apreendido artefatos explosivos, bolas de gude, máscaras, luvas, facas e celulares com mensagens de incentivo à violência.

Por volta das 18h30, após o público do jogo começar a deixar o local pelo lado oposto ao do conflito, a Tropa de Choque avançou para dispersar quem permanecia nas imediações do bloqueio.

OUTRAS MORTES

Na segunda-feira (24), Valdinete Rodrigues de Oliveira e Maria Aparecida morreram atropeladas quando protestavam na BR-251, em Cristalina (GO), no entorno do Distrito Federal, O motorista se apresentou à Polícia Civil na terça-feira (25). Elas protestavam por melhorias no bairro Marajó quando um Fiat Uno furou um bloqueio e atingiu as duas, que morreram na hora.

Em Ribeirão Preto (313 km de SP), o estudante Marcos Delefrate, 18, morreu e outras três pessoas ficaram feridas após um veículo furar o bloqueio montado por manifestantes na avenida João Fiúsa, área nobre da cidade. O caso aconteceu no último dia 20.

Segundo testemunhas, o motorista acelerou o veículo contra os manifestantes. O atropelador foi identificado como sendo o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37. A polícia pediu a prisão preventiva dele e o suspeito segue foragido.

Em Belém (PA), a gari Cleonice Vieira de Moraes, 54, morreu na sexta-feira (21) em Belém (PA), após ter inalado gás lacrimogêneo lançado pela Polícia Militar durante confronto com manifestantes no dia anterior.

A vítima trabalhava na limpeza noturna do centro de Belém quando foi atingida. Após a explosão das bombas, a gari passou mal, teve uma parada cardíaca e foi socorrida. A vítima tomava remédios controlados para hipertensão. A Secretaria de Saúde de Belém informou que as paradas cardíacas que levaram Cleonice à morte ocorreram por causa do susto provocado pelo tumulto.


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