Folha de S. Paulo


Em Aracaju, 35 são detidos por vandalismo após protesto

A Polícia Militar de Sergipe prendeu 35 pessoas na noite desta terça-feira (25) sob suspeita de cometerem atos de vandalismo em Aracaju após um protesto que reuniu 10 mil manifestantes.

Dos 35 detidos, 30 foram liberados horas depois, incluindo dois adolescentes.

Cinco continuam presos, sendo três sob suspeita de ter incendiado um ônibus do sistema público de transporte e outros dois sob suspeita de depredarem a fachada da prefeitura da capital sergipana.

Segundo a Polícia Militar, eles foram identificados por meio de câmeras do sistema de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública e do órgão municipal de trânsito.

Na noite de ontem, um grupo de aproximadamente 20 pessoas que se desmembrou do protesto atacou a fachada da prefeitura com pedras e paus, quebrando vidros da guarita e portões do prédio. As paredes externas também foram pichadas.

Mais tarde, um ônibus foi depredado e depois incendiado por um grupo maior de manifestantes, que também jogaram bombas de artifício em policiais da Tropa de Choque.

Para dispersar os manifestantes, a PM lançou bombas de efeito moral. Com a ação, uma pessoa passou mal e desmaiou.

A manifestação prévia ao confronto havia começado às 16h, na praça Fausto Cardoso e reuniu cerca de 10 mil pessoas que pediam a revogação do aumento da passagem de ônibus, que foi reajustada em abril deste ano em R$ 0,20, passando a custar R$ 2,45.

Na semana passada, o prefeito João Alves Filho (DEM-SE) anunciou a redução em R$ 0,10, o que não agradou os líderes do movimento.

"Essa redução não nos contempla, porque o que queremos mesmo é a revogação total do aumento e posteriormente, a redução para R$ 1,92. Chegamos a esse valor após estudar com economista a tabela de custos das empresas de ônibus", afirma Demétrio Varjão, integrante do movimento Não Pago.

Outras reivindicações também fizeram parte do protesto, como a melhoria da saúde e educação, os custos da Copa do Mundo e a rejeição à PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público.

Uma terceira manifestação está marcada para esta quinta-feira (27).


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