Folha de S. Paulo


Análise: Roubos assustam paulistanos; latrocínios aterrorizam

A palavra insegurança anda de mãos dadas com a evolução do número de casos de latrocínio na capital paulista. Isso porque é aí que o cidadão passa a se preocupar ainda mais com sua integridade.

Desde que inventaram o seguro, e com o aumento da violência, perder um bem para um bandido passou a ser um mal menor na sociedade paulistana. Também os homicídios não têm tanto impacto. O imaginário popular geralmente os relaciona a um lugar ou situação distante da sua realidade.

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Agora, a escalada dos furtos e dos roubos assusta. E os assaltos seguidos de morte aterrorizam. Mesmo que o seguro cubra, é da vida do segurado que estamos falando. Algo que, convenhamos, ninguém quer perder.

A política de combate ao latrocínio é complexa, pressupõe a polícia prevenir crimes. Isso hoje é praticamente impossível quando se trata de uma modalidade motivada pelo impulso.

O que mais aproxima a polícia da prevenção desse crime é a descoberta de um ladrão homicida recorrente, ou seja, alguém que já tenha cometido o latrocínio e seja preso por esse crime.

Editoria de Arte/Folhapress

Há duas linhas de raciocínio sobre o assaltante que mata para roubar. Uma delas é a sua própria inexperiência, se é que assim podemos chamar. Trata-se do que especialistas em segurança qualificam como o assalto que não deu certo. Outra hipótese, também corrente, é a da sensação de impunidade.

É por isso que muitos defendem que quanto maior o número de prisões e condenações de criminosos, maior também seria o receio de os criminosos apertarem o gatilho.

Enquanto houver na mentalidade do assaltante que mata para roubar a ideia de que dificilmente será encontrado pela polícia, a tendência de reversão do quadro dificilmente irá mudar.

Ao fortalecer o efetivo que atua nas ruas, a polícia tem de contar também com a agilidade do Judiciário.

As dicas de segurança plausíveis de não reagir, entregar o que o ladrão quer e não olhar para o rosto do criminoso ainda são preciosas. Mas nada impede que, em algum momento, por qualquer que seja o motivo alegado, aquele bandido aperte o gatilho.


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