Folha de S. Paulo


Elize Matsunaga fica em silêncio durante nova audiência em SP

Elize Matsunaga, 30, ré confessa do assassinato do marido, o diretor executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, participou de uma nova audiência no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, na tarde dessa terça-feira. Ela, porém, se recusou a responder a perguntas.

Elize já havia sido interrogada anteriormente, mas uma nova audiência foi solicitada após a exumação do corpo da vítima. Novos exames deveriam esclarecer o momento exato da morte do empresário, se foi no momento do disparo de um tiro ou durante o esquartejamento. A perícia, porém, não conseguiu chegar a esse resultado.

"Elize só responde pra quem quer saber a verdade. Ela não está aqui para responder ao promotor para fazer provas de coisas que sabemos que não são verdadeiras. Para confirmar a tese dele, que ele inventou lá atrás. Ela vai continuar não respondendo para a acusação", afirmou o advogado Luciano Santoro, que defende a ré.

Após a audiência desta terça-feira, a defesa e a acusação terão dez dias para apresentarem por escrito suas manifestações finais. Depois disso, o juiz Adilson Paukoski Simoni vai determinar se Elize irá a júri popular ou não. Segundo Santoro, esse resultado deve sair até o início de agosto.

CRIME

O crime ocorreu em 19 de maio, no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), e os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em locais distintos de Cotia (Grande São Paulo).

Segundo a defesa de Elize, ela matou Marcos após uma discussão na qual foi agredida por ele e também porque temia ficar sem a guarda da filha, em uma eventual separação do casal. A briga entre o casal começou porque Elize confrontou Marcos com a descoberta de uma traição por parte dele.

Para a Promotoria, Elize matou e esquartejou o marido de maneira premeditada para se vingar porque era traída e também para ficar com R$ 600 mil de um seguro de vida da vítima.

Elize é ré confessa e está presa desde o dia 4 de junho no Complexo Penitenciário de Tremembé (a 138 km de São Paulo). Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (que serve para aumentar a pena), motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.

Em depoimento à polícia, Mauriceia afirmou que Elize comprou uma serra elétrica portátil no dia em que Marcos foi morto e esquartejado. O equipamento foi adquirido no Paraná, pouco antes de Elize, a filha e a babá retornarem para São Paulo.

Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho.


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