Após manifestações organizadas, nesta manhã, pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Periferia Ativa, com apoio do Movimento Passe Livre, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que a bolsa-aluguel paga às famílias desses grupos que estão aguardando moradia nos programas do governo será aumentada de R$ 300 para R$ 400.
Ao todo, serão beneficiadas 1.700 famílias. Segundo o governador, o reajuste equipara o valor ao que é pago a famílias de outros grupos que aguardam moradia.
Essa é a terceira medida anunciada pelo governador após uma onda de protestos levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas do país.
Ontem, Alckmin anunciou a suspensão do reajuste do pedágio nas rodovias privatizadas. "O reajuste não está sendo adiado por um ano. Ele está sendo cancelado. Nós estamos assumindo o custo disso por um ano", disse.
Na última quarta-feira (19), o tucano havia anunciado, em conjunto com o prefeito Fernando Haddad (PT), a redução da tarifa do transporte público de R$ 3,20 para R$ 3,00.
TRANSPORTE
O governador também anunciou que vai encaminhar à presidente Dilma Rousseff três projetos de obras de mobilidade do governo, para que eles sejam incluídos no pacote de apoio ao setor divulgado ontem por ela.
O primeiro é a construção de um trecho do corredor de ônibus noroeste da região metropolitana de Campinas, de 24,5 quilômetros, com um custo estimado em R$ 380 milhões.
O segundo trata das 30 estações de trens de São Paulo, que serão ampliadas e modernizadas. As obras custarão R$ 1,2 bilhão.
O último investimento também será destinado ao transporte sobre trilhos. O projeto prevê a extensão da linha 5-lilás do metrô até o Jardim Ângela (zona sul), com um custo estimado em R$ 2 bilhões.
Alckmin afirmou que vai pedir a inclusão dessas obras no pacote de mobilidade anunciado por Dilma Rousseff, cujo valor é de R$ 50 bilhões.
Ele não sabe, porém, com quanto o governo federal vai contribuir. "Não sei quanto vem do governo federal, mas o que ele colocar é bem-vindo", disse o governador.
PROTESTO
Nesta manhã, três protestos, organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e Periferia Ativa, com apoio do Movimento Passe Livre, aconteceram simultaneamente na cidade.
Dois grupos partiram da zona sul, um do metrô Capão Redondo e outro do largo do Campo Limpo. Da zona leste, vieram outros manifestantes, que saíram da estação Guianases da CPTM.
Por volta das 9h, os dois grupos da zona sul se uniram e rumaram pela avenida Carlos Caldeira Filho, na zona sul. Em seguida, por cerca de 40 minutos, bloquearam a ponte João Dias nos dois sentidos. A manifestação acabou por volta das 11h40.
O grupo da zona leste interditou, por volta das 10h25, a avenida Jacu-Pêssego, no sentido Mauá. Cerca de uma hora depois, o grupo deixou a via e começou a se dispersar.
Segundo a Polícia Militar, os três grupos juntos somavam cerca de 400 manifestantes.