Depois da expulsão de manifestantes com bandeiras de partidos políticos do ato marcado pelo MPL (Movimento Passe Livre em São Paulo), na última quinta-feira, grupos distintos começaram a liderar manifestações pela cidade, com propostas diferentes.
Hoje acontecem três protestos na periferia de São Paulo, com as mesmas reivindicações, organizados por entidades como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e Periferia Ativa, com o apoio do Passe Livre e de partidos políticos de esquerda.
Editoria de Arte/Folhapress |
Os atos vão sair do metrô Capão Redondo e do largo do Campo Limpo, ambos na zona sul, e da estação Guaianases, na zona leste.
Eles protestam pela tarifa zero (pauta defendida inicialmente pelo MPL), pela desmilitarização da polícia, contra os investimentos feitos para a Copa, e pedem controle sobre o valor dos aluguéis, além do fim das remoções de famílias de áreas invadidas.
As entidades de esquerda também organizaram para amanhã, às 17h, um ato contra o pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
A unificação de movimentos de esquerda nos protestos foi decidida em reunião feita pelas entidades na última sexta-feira, logo após o confronto envolvendo partidos políticos no dia anterior na avenida Paulista.
Naquela quinta, o MPL havia chamado um ato para comemorar a revogação do reajuste da tarifa dos transportes, mas grupos "antipartidários" hostilizaram militantes de partidos, especialmente do PT.
Houve agressões entre os dois grupos e bandeiras de partidos foram queimadas.
Depois do episódio, o Passe Livre, que se declara apartidário, divulgou uma nota condenando a "violência" direcionada aos partidos e, posteriormente, afirmou que suspenderia os atos.
Depois, voltou atrás, e pede a participação de manifestantes nos atos da periferia.
SEPARAÇÃO
O grupo "antipartidário", por sua vez, formou uma nova frente de protestos.
Sem o apoio do Movimento Passe Livre, passou a ser liderado por grupos como o Anonymous (hackers que invadem sites de governo e usam máscara do filme V de Vingança) e Mudança Já, que luta contra a corrupção.
O grupo organizou, por exemplo, a marcha contra a PEC 37 (que limita o poder de investigação do Ministério Público) que percorreu as ruas do centro anteontem.
Uma reunião aconteceria ontem para decidir quais serão as reivindicações dos próximos atos e quando eles devem acontecer. Eles afirmam que nenhuma bandeira de partido será tolerada.