Folha de S. Paulo


Manifestação em Porto Alegre reúne 10 mil e repete confrontos

Porto Alegre teve nesta segunda-feira (24) mais uma noite de confrontos entre policiais militares e manifestantes. O tumulto começou por volta das 20h, após pelo menos dois estabelecimentos comerciais do centro da capital gaúcha serem atacados por vândalos que participavam de uma passeata.

O ato reuniu cerca de 10 mil pessoas, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública;

A Brigada Militar lançou uma série de bombas de gás lacrimogêneo no meio da multidão. Houve corre-corre e participantes do protesto acabaram feridos. Na dispersão, vândalos atacaram pelo caminho várias lojas e bancos. Uma agência da Caixa foi invadida e apedrejada.

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Um grupo de manifestantes que defende manifestações pacíficas cercou uma loja de calçados que teve a porta arrombada para evitar saques. Após a fuga de milhares de pessoas pelo centro, a cavalaria da Brigada voltou a investir sobre manifestantes que tentavam se reagrupar.

Placas de sinalização foram quebradas e contêineres de lixo acabaram incendiados. Vândalos gritavam para que os manifestantes atacassem "só os bancos".

Na avenida Salgado Filho, uma das principais do centro, moradores atiraram das janelas dos prédios líquidos e garrafas de plástico para tentar dispersar os manifestantes.

Ricardo Duarte/Agência RBS/Folhapress
Manifestantes se concentram em frente à Prefeitura de Porto Alegre
Manifestantes se concentram em frente à Prefeitura de Porto Alegre

SINDICATOS

Foi a quarta noite de confrontos e violência em Porto Alegre em menos de duas semanas. A passeata desta segunda começou por volta das 18h e percorreu de maneira pacífica cerca de 4 km da região central da cidade.

Desta vez, o ato teve forte presença de centrais sindicais do Estado, como Conlutas e CUT. Uma participante da manifestação que carregava uma bandeira do sindicato dos professores chegou a ser hostilizada.

Nesta segunda-feira, ao contrário das ocasiões anteriores, os manifestantes não tentaram se aproximar do prédio do jornal "Zero Hora".

O edifício, tido pelo governo gaúcho como um possível alvo de extremistas, passou horas cercado por dezenas de homens da Brigada Militar. Os policiais militares também fecharam todos os acessos à praça da Matriz, onde ficam as sedes do governo, Legislativo e Judiciário do Rio Grande do Sul.


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