Folha de S. Paulo


Protesto paralisa ônibus no DF; rodoviária e coletivos são depredados

Uma manifestação de motoristas e cobradores paralisou o serviço de ônibus na rodoviária do Plano Piloto, região central de Brasília, por quase quatro horas nesta segunda-feira (24). No início da noite, o serviço começa gradualmente a ser restabelecido.

Inconformados com a espera, alguns passageiros começaram a depredar a rodoviária. Vidraças e lixeiras foram quebradas, um ônibus foi incendiado e outros sete depredados. Para conter a violência, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo. Ainda não há balanço do número de feridos.

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Outras cidades também têm protesto acontecendo na noite de hoje, como em Campinas (a 93 km de São Paulo), Rio de Janeiro e Porto Alegre. Os atos acontecem contra a PEC 37 (que limita o poder de investigação do Ministério Público), por melhorias no transporte público, entre outras reivindicações.

A paralisação em Brasília começou com a ação de funcionários da empresa de ônibus Riacho Grande, inconformados com o resultado da última licitação do Distrito Federal para o transporte público na região central e entorno da cidade.

Durante processo de concorrência, outra companhia recebeu o direito de prestar o serviço das linhas. Os funcionários agora temem ficar sem emprego e decidiram interromper o trabalho.

No meio da tarde, portanto, esses funcionários fecharam a saída da rodoviária para impedir que todos os ônibus que chegassem tivessem de estacionar e não seguissem suas rotas.

A polícia militar estima que 300 motoristas e cobradores estavam parados na rodoviária até às 19 horas. Mesmo número de policiais tentam fazer a segurança dos passageiros.

VÂNDALOS

A ação dos vândalos começou no início da tarde. Como as pessoas não conseguiam ir para casa, uma multidão começou a se aglomerar nos terminais.

Lojistas, com medo, decidiram fechar as portas. Não houve, até o momento, registros de saques no comércio da rodoviária.

No entanto, de acordo com relatos de passageiros, o clima ainda é de tensão.

"Eu vou ter de esperar. Fui atrás do metrô, mas a fila está enorme", disse Neuzita Guedes, 60 anos, que trabalha como copeira na Câmara dos Deputados.

Neste momento, o secretário de transporte do Distrito Federal, José Walter Vasquez, está reunido com pequena comissão que representa os manifestantes e tenta fechar um acordo para que o serviço possa ser completamente restabelecido.

COLABOROU JULIA BORBA


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