Folha de S. Paulo


Justiça do Rio nega prisão contra 5 suspeitos de depredar prédio da Alerj

A Justiça do Rio negou pedido de prisão temporária contra cinco homens suspeitos de depredar a Alerj (Assembleia Legislativo do Rio de Janeiro) durante os protestos na cidade. O maior deles, ocorrido na quinta-feira (20), reuniu 300 mil pessoas.

Segundo a polícia civil, que obteve imagens de câmeras de segurança, um dos homens aparece tentando quebrar a janela do prédio da Alerj com uma cadeira.

Outro rapaz, segundo a polícia, é visto com um coco na mão integrando um grupo que agrediu um policial militar.

Um terceiro homem aparece pichando uma parede enquanto outros dois são vistos insuflando o grupo, com garrafa e coco nas mãos, informou a Polícia Civil.

O pedido de prisão de cinco dias pelos crimes de dano ao patrimônio e formação de quadrilha foi feito pela Polícia Civil usando as imagens das câmeras como argumento, mas não convenceu a Justiça, que negou a prisão.

A Polícia Civil continua analisando outras imagens registradas durante todas as manifestações para identificar possíveis criminosos infiltrados nos protestos.

PREJUÍZO

Os prejuízos causados pelas depredações de manifestantes no Palácio Tiradentes, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), pode chegar a 2 milhões. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo presidente da assembleia legislativa, deputado Paulo Melo (PMDB).

Segundo o deputado, 30% das vidraças do prédio histórico, de 1926, foram quebradas - apenas no segundo andar. Cadeiras e vidros franceses foram depredados no salão nobre do palácio, no terceiro andar.

As salas que tiveram mais problemas pertencem à lideranças do PMDB, que ficam no segundo andar. Uma delas chegou a ser invadida por um manifestante.

Mesas de madeira de lei foram usadas para fazer barricadas em uma das janelas da sala do PMDB - na tentativa de evitar a entrada dos invasores.

"A manifestação aconteceu na avenida Rio Branco, o que fizeram aqui na Alerj (rua Primeiro de Março) foi um ato desonesto de vandalismo", disse Paulo Melo.

O presidente da assembleia admitiu que estava em contato direto com o governador Sérgio Cabral (PMDB) por telefone ao final das cerca de três horas de ataques contra o palácio, mas só acionou o Batalhão de Choque por volta das 23h30.

"Quem decidiu a hora do Choque chegar fui eu. A decisão foi do presidente da Câmara (dos deputados)", afirmou.

Melo afirmou que a Alerj não possui seguranças armados. Os policiais militares envolvidos no confronto pertencem ao 5 Batalhão da Praça da Harmonia e estavam todos com armas de fogo. No total, 75 PMs participaram da ação.

"A polícia agiu dentro do contexto no momento apropriado. A polícia seguiu em determinados momentos as minhas instruções", disse o deputado.

Melo contou que seguranças montaram barricadas com móveis antigos para evitar que o parlamento fosse invadido.

Fachadas e mármores da Casa também foram danificados. Móveis históricos se amontoavam nas portas principais do palácio.

"O maior prejuízo é imaterial porque é inconcebível a destruição de um patrimônio histórico. Até nas revoltas da ditadura quando se brigava pela democracia se preservava o patrimônio histórico", disse.

O deputado informou que vai "pensar" em possíveis mudanças na segurança da Alerj. O palácio funciona com as portas fechadas nesta terça-feira. Seguranças pedem a identificação dos visitantes na entrada e o Batalhão de Choque observa o movimento no espaço.


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