Folha de S. Paulo


Manifestação com 4.000 pessoas bloqueia Paulista e Consolação neste sábado

Cartazes e faixas contra a corrupção e a ausência de grupos organizados marcaram até o final da tarde o protesto contra a PEC 37 na avenida Paulista. É o que já sinalizava a pesquisa Datafolha sobre os principais motivos das manifestações no país.

Os dois sentidos da avenida em frente ao Masp foram bloqueados. No fim da tarde, a manifestação também provocou a interdição da rua da Consolação, nos dois sentidos, na altura da rua Caio Prado.

Não havia sinais de partidos nem outros grupos que lideraram a série de protestos em São Paulo nas últimas duas semanas. O Movimento Passe Livre desapareceu no ato de hoje. Surgiram grupos de médicos com faixas cobrando qualidade na saúde e mensagens com críticas à contratação de profissionais estrangeiros.

Além da PEC 37, pequenos grupos gritavam contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e a presidente Dilma Rousseff. Predomina o verde-amarelo.

Segundo a Polícia Militar, havia, por volta das 17h30, 4.000 pessoas na avenida, mesmo número das duas horas anteriores, mas há um intenso vaivém de pedestres. Nenhum incidente foi registrado. Apesar do clima tranquilo, os Conjunto Nacional o Center 3 estão fechados. Um show de rock acontece em frente ao Center 3.

Turistas estrangeiros, comuns aos finais de semana na Paulista, aproveitam para tirar fotos.

A PEC (projeto de emenda constitucional) retira o poder de investigação dos ministérios públicos federais e estaduais. O projeto, em trâmite no Congresso, prevê que somente as polícias poderão fazer apurações na área penal.

A previsão é que os manifestantes sigam depois até o centro, passando pela rua da Consolação, viaduto do Chá e rua Líbero Badaró, até chegar à rua Riachuelo, onde fica a sede do Ministério Público Estadual.

PROTESTOS

Outras 11 cidades têm manifestações programadas para este fim de semana. A maioria dos atos é contra a corrupção e a PEC 37, além de reivindicações por melhorias nos serviços públicos, como saúde e educação.

No Rio de Janeiro, um protesto está marcado para amanhã (23) no posto 4 da praia de Copacabana.

Cerca de mil pessoas, de acordo com a organização, protestaram hoje pela manhã na avenida Celso Garcia, na zona leste de São Paulo. A manifestação era composta por trabalhadores da rede conveniada da prefeitura --composta por creches, abrigos e outros-- que reivindicavam seis horas de trabalho e reajuste salarial de 15%.

Em Goiânia (GO), aproximadamente 200 pessoas se reuniram contra a emenda constitucional. Em Mossoró (RN), segunda maior cidade do Estado, 2 mil pessoas protestaram pela manhã contra a insegurança.


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