Folha de S. Paulo


Manifestações bloqueiam av. Paulista e acessos a aeroportos em SP

Um grupo de manifestantes interditou a avenida Paulista na noite desta sexta-feira, na região central de São Paulo. Às 20h50, a via estava bloqueada no sentido Paraíso, altura da alameda Campinas.

No mesmo horário, cerca de 600 manifestantes bloqueavam a avenida Washington Luis, principal acesso ao aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista. O aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), tem o acesso bloqueado por uma manifestação que reúne cerca de 8.000 pessoas, segundo a Polícia Militar.

As alças de acesso da rodovia Ayrton Senna para a Helio Smidt foram estão bloqueadas.

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A avenida Governador Carvalho Pinto tinha a pista no sentido centro interditada na região de Itaquera, na zona leste da capital paulista. Parte desses manifestantes seguiram para encontrar o grupo na Radial Leste.

Antes de chegar ao local, eles se concentraram na praça Roosevelt seguiram pela rua da Consolação, que foi interditada em ambos os sentidos durante a passeata.

No mesmo horário, a Radial Leste também está interditada em ambos os sentidos na altura do viaduto Bresser, no sentido bairro.

A marginal Tietê tinha bloqueio total na altura da ponte Rizardo Izar, no sentido Castello Branco. A avenida Guilherme Cotching continua bloqueada desde às 17h, na altura do viaduto Curuçá.

RODOVIAS

Entre as rodovias que tinham interdições estavam a Dutra, com os dois sentidos fechados na altura do km 223, em Guarulhos (na Grande São Paulo), o que provocava lentidão nos dois sentidos e na marginal Tietê, na capital paulista, que tinha 21,2 km de filas no sentido Ayrton Senna. Ao todo, a via tem 23,5 km de extensão.

A Régis Bittencourt também estava totalmente bloqueada na altura do km 326, em Juquitiba; a Castello Branco, no km 26, em Barueri; a Raposo Tavares, no km 33, altura de Cotia; a Anhanguera, no km 71, em Louveira; e a Fernão Dias, no km 65, em Mairiporã.

A Imigrantes estava também bloqueada, no km 16, nos dois sentidos, também por conta de protestos, na região de Diadema. Manifestação bloqueia totalmente, também, a rodovia Rio-Santos, no km 162, nos dois sentidos.

ÚLTIMOS PROTESTOS

As manifestações realizadas na quinta-feira (20) levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas. Apenas as capitais, acumularam 939.500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar de cada um dos Estados. O Rio de Janeiro foi a capital com maior número de pessoas, 300.000.

Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público começaram no início do mês e foram ganhando força em todo o país, sendo registrados vários casos de confrontos e vandalismo. Com isso, 14 capitais e diversas outras cidades anunciaram entre ontem e hoje a redução das passagens.

Nessa quinta-feira, foram registrados confrontos em 13 capitais. Um dos casos mais violento ocorreu em Brasília, onde manifestantes quebraram o cerco da polícia e destruíram vidraças do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

No Rio, policiais disparam tiros de balas de borracha e jogaram bombas de gás lacrimogêneo para dispensar os manifestantes. Ao menos 22 pessoas feridas foram encaminhadas ao hospital municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Houve ainda registro de saques.

Na capital paulista, o confronto aconteceu entre manifestantes ligados a partidos e outros que eram contra o envolvimento dos partidos políticos no ato. Houve agressão e bandeiras de partidos foram queimadas na avenida Paulista. Não há registro de pessoas detidas.

Após as manifestação, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30 de amanhã com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações por todo o Brasil.

Na reunião, Dilma irá avaliar relatos da extensão dos atos nas cidades brasileiras. A partir daí será decidida uma conduta de governo, como por exemplo medidas ao alcance do Ministério da Justiça ou até um pronunciamento oficial da presidente.


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