Folha de S. Paulo


Manifestantes fecham Consolação e marginal Tietê; veja bloqueios

Novas manifestações fecham diversas ruas de São Paulo e rodovias que dão acesso à capital paulista na noite desta sexta-feira. Dentre as vias bloqueadas estavam a Radial Leste, a rua da Consolação e a marginal Tietê.

Na rua da Consolação eram cerca de 1.000 manifestantes, que deixaram a praça Roosevelt e seguiam em direção à praça do Ciclista. Com isso, a pista sentido centro da via estava totalmente bloqueada por volta das 19h, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

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A marginal Tietê foi interditada na altura da ponte Jânio Quadros, nas pistas central e local. Apenas a pista expressa permaneciam liberada por volta das 19h. Já na Radial Leste, o bloqueio continuava total, com cerca de 5.000 pessoas, segundo estimativa do comandante da Rocam no local.

Uma manifestação na Ayrton Senna, também na zona leste, interdita a via em ambos os sentidos na região da rua São Florêncio, no bairro da Penha e outras 100 fazem manifestação na praça central de Itaquera.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 pessoas se reúnem na praça santo Eduardo, na Vila Maria, na zona norte de São Paulo. Outras 300 pessoas se encontraram na avenida Edgar Facó, próximo à Petrônio Portela.

Ainda de acordo com a PM, cerca de 400 pessoas se reúnem na na praça da Independência, no Ipiranga, zona sul da cidade. A avenida Francisco Morato estava bloqueada, em ambos os sentidos, na chegada a Taboão da Serra.

Beto Martins/Futura Press/Folhapress
Manifestantes interditam rodovia Presidente Dutra durante protesto em Guarulhos (Grande São Paulo)
Manifestantes interditam rodovia Presidente Dutra durante protesto em Guarulhos (Grande São Paulo)

Cerca de 300 pessoas ocupam a avenida Cupecê na altura da avenida Santa Catarina, no sentido aeroporto de Congonhas, zona sul.

No mesmo horário, aproximadamente 500 pessoas se encontraram na praça Moça, na região central de Diadema (Grande São Paulo). Cerca de 300 pessoas também se reuniram na estação de trem de Mauá (na Grande São Paulo), além de outras 200 na praça Quarto Centenário, em Santo André. Todas são cidades da Grande São Paulo.

Manifestantes ocupavam também o largo do Taboão. Quem segue pela região no sentido bairro pode seguir pela avenida Jorge Amado, depois pela rua Alves dos Santos, estrada do Campo Limpo, rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre e estrada Kizaemon Takeuti.

Às 19h10, todas essas manifestações seguiam de forma pacífica, segundo a Polícia Militar.

RODOVIAS

Entre as rodovias que tinham interdições estavam a Dutra, com os dois sentidos fechados na altura do km 223, em Guarulhos (na Grande São Paulo), o que provocava lentidão nos dois sentidos e na marginal Tietê, na capital paulista, que tinha 21,2 km de filas no sentido Ayrton Senna. Ao todo, a via tem 23,5 km de extensão.

A Régis Bittencourt também estava totalmente bloqueada na altura do km 326, em Juquitiba; a Castello Branco, no km 26, em Barueri; a Raposo Tavares, no km 33, altura de Cotia; a Anhanguera, no km 71, em Louveira; e a Fernão Dias, no km 65, em Mairiporã.

A Imigrantes estava também bloqueada, no km 16, nos dois sentidos, também por conta de protestos, na região de Diadema. Manifestação bloqueia totalmente, também, a rodovia Rio-Santos, no km 162, nos dois sentidos.

ÚLTIMOS PROTESTOS

As manifestações realizadas na quinta-feira (20) levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas. Apenas as capitais, acumularam 939.500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar de cada um dos Estados. O Rio de Janeiro foi a capital com maior número de pessoas, 300.000.

Os protestos contra o aumento das tarifas do transporte público começaram no início do mês e foram ganhando força em todo o país, sendo registrados vários casos de confrontos e vandalismo. Com isso, 14 capitais e diversas outras cidades anunciaram entre ontem e hoje a redução das passagens.

Nessa quinta-feira, foram registrados confrontos em 13 capitais. Um dos casos mais violento ocorreu em Brasília, onde manifestantes quebraram o cerco da polícia e destruíram vidraças do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.

No Rio, policiais disparam tiros de balas de borracha e jogaram bombas de gás lacrimogêneo para dispensar os manifestantes. Ao menos 22 pessoas feridas foram encaminhadas ao hospital municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Houve ainda registro de saques.

Na capital paulista, o confronto aconteceu entre manifestantes ligados a partidos e outros que eram contra o envolvimento dos partidos políticos no ato. Houve agressão e bandeiras de partidos foram queimadas na avenida Paulista. Não há registro de pessoas detidas.

Após as manifestação, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu convocar uma reunião de emergência para as 9h30 de amanhã com seus principais ministros para discutir os efeitos das manifestações por todo o Brasil.

Na reunião, Dilma irá avaliar relatos da extensão dos atos nas cidades brasileiras. A partir daí será decidida uma conduta de governo, como por exemplo medidas ao alcance do Ministério da Justiça ou até um pronunciamento oficial da presidente.


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