Folha de S. Paulo


Polícia do RS apreende materiais para fabricar explosivos horas antes de protesto

Policiais do Rio Grande do Sul apreenderam horas antes do protesto de quinta-feira (20), em um endereço em Porto Alegre, substâncias para explosivos e materiais com informações sobre supostos alvos a serem atacados na passeata.

A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança do Rio Grande do Sul nesta sexta. Segundo a pasta, havia "vasta literatura anarquista" no imóvel. Os nomes dos responsáveis e a que grupo pertencem não foram divulgados.

De acordo com a secretaria, foram recolhidos materiais para a produção de coquetéis molotov. Uma investigação do governo apontou prédios públicos e privados que seriam alvos preferenciais de depredadores durante a passeata.

Policiais militares jogaram bombas de gás lacrimogêneo quando a multidão tentava se aproximar da sede do jornal "Zero Hora". Dezessete pessoas acabaram presas após confrontos que se estenderam por quatro horas na região central da cidade.

A secretaria suspeita que grupos infiltrados nas manifestações pelo país troquem informações sobre métodos de ações violentas e tenham combinado incendiar prédios nos protestos de quinta-feira. Em Porto Alegre, vândalos atearam fogo em uma agência do banco Itaú.

"Têm ocorrido incêndios em todo o Brasil. Isso nos aponta para a possibilidade de que haja uma interface com outros Estados. Talvez sirva de exemplo para que um outro Estado acabe aplicando a mesma maneira de agir", disse o chefe da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Júnior.

O comandante da Brigada Militar, Fábio Fernandes, chamou a interação desses grupos de "tática incendiária nacional". "Isso se confirmou à noite com episódios de intenção dos depredadores de colocar fogo em vários prédios", disse.

A polícia gaúcha afirma que monitora redes sociais nas investigações e que já identificou conversas sobre como confeccionar um coquetel molotov entre pessoas que participam das manifestações.


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