Folha de S. Paulo


Campinas contabiliza prejuízos, e PM convoca policiais de folga

O dia seguinte à manifestação que reuniu entre 30 e 40 mil pessoas nas ruas do centro de Campinas (SP) tem sido de contabilização de prejuízos.

Na manhã desta sexta-feira (21), comerciantes arrumavam portas de estabelecimentos que foram arrombadas por um grupo de vândalos que correu para o centro após o confronto com a Tropa de Choque.

Foram saqueados pelo menos um supermercado e uma ótica. Duas agências bancárias tiveram os vidros quebrados. Em outras lojas, portas e vitrines foram depredadas, mas nada foi roubado.

A Polícia Militar informou que divulgará à tarde um balanço da operação.

Além do confronto no centro, houve ocorrências, como ônibus depredados, na periferia. Não há policiais feridos.

Um total de 21 pessoas foi atendida pelo Samu ontem.

PREFEITURA

No Palácio dos Jequitibás, sede do governo municipal, funcionários da prefeitura recolhiam os muitos vidros que foram quebrados durante o confronto entre parte dos manifestantes e a Guarda Municipal e a Tropa de Choque.

"São dois sentimentos distintos", disse à imprensa o prefeito da cidade, Jonas Donizette (PSB), em frente ao prédio. "Um pela manifestação cívica. E outro, de tristeza, pela destruição que foi feita na cidade."

Donizette chamou de "vândalos" os que entraram em confronto com os 220 guardas municipais que faziam a proteção da prefeitura e, depois, com os cem homens da Tropa de Choque. "Eu não encaro como manifestantes. Eles vieram para destruir."

O prefeito diz que oito guardas municipais ficaram feridos e sete pessoas foram presas. Segundo ele, pedras arrancadas da calçada em volta do Paço Municipal foram lançadas na prefeitura.

OUTRO MANIFESTO

Na madrugada, após o protesto, um novo evento no Facebook foi marcado para as 17h de hoje. Já há mais de 8.000 pessoas confirmadas.

Filipe Jordão Monteiro, 26, advogado e membro da Frente Contra o Aumento de Campinas "responsável pela organização do primeiro protesto", diz que o grupo não está organizando o novo evento.

"Não conhecemos [quem está organizando]. Hoje à tarde vamos fazer uma reunião para avaliar o movimento de ontem e pedir uma reunião com o prefeito", disse.

O Capitão Jaime de Souza, comandante da PM no centro de Campinas, disse que vai convocar os policiais que estavam de folga devido ao confronto de ontem. A operação será montada agora à tarde.


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