Folha de S. Paulo


Lojas e bancos são atacados pela segunda vez em uma semana no RS

Confrontos entre policiais e manifestantes na noite de quinta-feira (20) em Porto Alegre resultaram na prisão de 20 pessoas e deixaram ao menos 15 feridos. Pelo menos 25 estabelecimentos comerciais foram atacados, incluindo dez saqueados.

As áreas mais atingidas da cidade foram o centro e o bairro da Azenha, onde começou o conflito. Policiais da Brigada Militar (a PM gaúcha) tentaram impedir a passeata, até então pacífica, de se aproximar da sede do jornal "Zero Hora", o que precipitou os confrontos.

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Foram cerca de quatro horas de tumultos e de corre-corre pela região central da cidade. Bancos e lojas que haviam sido depredadas na última segunda-feira e ainda estavam sob conserto voltaram a ser atacadas ontem.

No centro, a Esquina Democrática, tradicional ponto de encontro da cidade, o cenário foi de destruição. Uma loja de calçados foi atacada e ao menos três bancos próximos foram apedrejados. Lajotas e placas de sinalização foram usadas nos ataques. O local fica nas proximidades da sede da prefeitura, onde ocorreram os últimos confrontos no fim da noite de ontem.

Após o início dos tumultos, os manifestantes fugiram da polícia em um trecho de cerca de 3 km, no qual também houve ações violentas. Contêineres de lixo e semáforos foram estragados na fuga.

Três prédios públicos foram atacados. O Departamento de Identificação, onde são produzidas carteiras de identidade, foi novamente vandalizado e agora ficará fechado por tempo indeterminado.

Cerca de mil policiais participaram das ações ontem, segundo a Brigada Militar. O tenente-coronel José Ribeiro, chefe do policiamento da cidade, disse que um PM e quatro cavalos da corporação ficaram feridos nos conflitos.

Ribeiro defendeu a ação da Brigada que precipitou os tumultos e diz que o objetivo era garantir a integridade física de pessoas. "Na realidade, a Brigada manteve uma distância entre os manifestantes e a tropa. [A ação] foi um emprego técnico para garantir essa distância da tropa."

PROFESSORES

Na manhã desta sexta-feira, um novo protesto movimenta o centro de Porto Alegre: o sindicato dos professores do Estado se manifesta contra o governador Tarso Genro (PT) e cita, em um carro de som, os atos de ontem pelo país. O principal acesso à cidade chegou a ser bloqueado.

Um dos coros dos sindicalistas, contra a Copa e por mais dinheiro para a educação, é o mesmo usado no protesto da noite de quinta-feira.


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