Folha de S. Paulo


Jaques Wagner critica adesão do PT a manifestações pelo país

O governador da Bahia, Jaques Wagner, criticou nesta quinta-feira (20) a adesão do PT ao protesto sem a definição de uma pauta específica de reivindicação. Afirmando que "o PT tem responsabilidade com a nação", Wagner disse temer a idolatria ao movimento.

"É correto o PT não hostilizar nem criminalizar o movimento. Agora, precisa saber como entra. Não pode engrossar uma coisa difusa. Tenho medo dessa glamourização".

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Wagner evitou comentar o teor das entrevistas do presidente nacional do PT, Rui Falcão, que conclamou a militância do PT a engrossar as manifestações. Insistiu, porém, que o papel do partido é identificar as demandas e seus interlocutores dentro do movimento. Não "fazer massa". Se não, "vira woodstock".

"Tem que organizar a demanda. Está protestando por quê? Como viabilizar? Se não, vira woodstock", afirmou o governador.

E acrescentou: "Com que objetivo o PT pede para a militância entrar no movimento, é para fazer massa? Estou fora. A gente é presidente, governador, deputado...Quem está na rua não está identificando nos partidos políticos veículo de transformação. E o PT faz parte da política. O PT vai para rua fazer o quê? Só dizer que não está contra?"

Enfrentando protestos no Estado, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, informou, por intermédio de sua assessoria, que não comentaria as declarações de Falcão nesta quinta-feira porque precisava se dedicar à segurança durante as manifestações.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi aconselhado a não polemizar com o presidente do PT.

A Folha apurou que a iniciativa de Falcão contraria aliados do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. No Palácio dos Bandeirantes a preocupação foi com a garantia da integridade física de petistas durante protestos. A avaliação é de que a participação de políticos nas ruas gera mais tensão.


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