Folha de S. Paulo


Estudantes reprimem partidos políticos em protesto em Florianópolis

O protesto da noite desta quinta-feira (20) em Florianópolis começou tenso por causa da participação de filiados de alguns partidos de esquerda, como PT e PSTU.

Com bandeiras e carros de som em frente ao ponto de concentração, no terminal integrado do centro, militantes partidários foram reprimidos com gritos de "sem partido, sem partido".

Os manifestantes buscaram ficar longe da minoria de militantes para evitar associação com as bandeiras partidárias.

Desde as 16h há estudantes no centro de Florianópolis. Erick Correia de Oliveira, 22 anos, trouxe um cartaz dizendo que, em breve, o preço da passagem estará mais caro que o da tainha. Ele quer passe livre.

A tarifa de estudante na capital catarinense custa R$ 1,35. O quilo da tainha, peixe abundante no inverno, é vendido entre R$ 2,50 e R$ 5.

O funcionário público federal Nei Nunes, 46 anos, participou da concentração segurando um cartaz da ponte Hercílio Luz, o principal cartão-postal de Florianópolis, que está fechada ao tráfego.

"Há muito tempo eu escuto que o governo está investindo na recuperação da ponte. Acho que tem muito governante se aproveita para desviar verba", disse.

CONCENTRAÇÃO

Um grupo de cerca de 500 estudantes está concentrado em uma praça na zona nobre de Fortaleza para um protesto pela redução da passagem de ônibus.

O protesto começa na praça Portugal, no bairro da Aldeota, e deve seguir até a Assembleia Legislativa do Ceará. Lojas e shoppings do entorno fecharam as portas com medo de quebra-quebra.

Ontem, antes do jogo do Brasil contra o México em Fortaleza, houve confronto entre policiais militares e manifestantes. Alguns realizaram atos de vandalismo e arrancaram placas de obras da prefeitura e até depredaram uma loja de conveniência.

Os estudantes reunidos no local pedem que não haja violência nem atos de vandalismo. Cartazes criticam os gastos com as obras da Copa. "Enquanto a bola rola, o povo vive de esmola", diz um dos cartazes.

Há pessoas com camisas da UNE (União Nacional dos Estudantes), mas ainda não há bandeiras nem camisas de partidos políticos. Os estudantes chegaram a cantar: "O povo unido não precisa de partido".

Eles pedem a redução da passagem de R$ 2,20 para R$ 2 e pedem que a Prefeitura de Fortaleza entregue as carteirinhas de estudante de 2013, o que, segundo eles, até agora não ocorreu.

A passagem de ônibus em Fortaleza subiu de R$ 2,00 para R$ 2,25 em dezembro, graças a uma vitória judicial do sindicato das empresas de ônibus, porque a então prefeita Luizianne Lins (PT) não queria conceder o reajuste. Após a decisão da Justiça, a ex-prefeita baixou decreto reduzindo o valor para R$ 2,20.

A nova gestão, do atual prefeito Roberto Cláudio (PSB), tentou anular o aumento na Justiça, mas até agora ficou mantido o valor de R$ 2,20, sob o entendimento de que o preço anterior poderia dar prejuízo às empresas, conforme decisão do desembargador Rômulo Moreira de Deus.


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