Folha de S. Paulo


Manifestação no Rio conta com a presença de celebridades

A manifestação desta quinta-feira (20) no centro do Rio conta com a presença de celebridades.

O ator Marcelo Serrado levou um cartaz com a mensagem "Sem Violência. Políticos: estamos de olho em vocês". Serrado disse que participa pela primeira vez de um protesto.

"Concordo com algumas coisas do movimento, e com outras não, como o uso da violência. O importante é mostrar que essa geração aí tem voz".

A estilista Lenny Niemeyer chegou acompanhada por 70 funcionários de sua grife, entre os quais estilistas e costureiras. Ela confeccionou camisetas com a frase "Brasil, eu amo, eu cuido".

Lenny afirmou que a presença do seu grupo de colaboradores é uma forma de apoio às mudanças em curso no país. "É importante estar presente num momento tão significativo para a história do Brasil".

Por volta das 16h30, segundo a PM, cerca de 3.000 pessoas se concentravam na Candelária. Cerca de 50 policiais do Batalhão de Choque e um grupo da cavalaria da Polícia Militar cercam o prédio da Prefeitura do Rio, para onde devem se encaminhar os manifestantes.

O prédio está vazio. Por causa do jogo entre Espanha e Taiti, foi decretado ponto facultativo na cidade. Tapumes e grades foram colocadas no entorno. Três agências bancárias que ficam nos arredores também estão cobertas por tapumes.

Segundo a PM, o efetivo hoje já será pelo menos o dobro da última passeata, quando apenas 150 policiais fizeram a segurança da população. A assessoria não informou quantos policiais estarão na rua hoje.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) informou por meio da sua assessoria que recebeu telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação, embora nem Polícia Militar nem a Secretaria da Segurança tenham confirmaram a informação.

Cabral tem evitado fazer declarações sobre as manifestações e ontem (19) pediu ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) para anunciar no seu lugar a suspensão de aumentos que havia concedido às tarifas do trem, das barcas e do metrô.

CONFRONTO

Na segunda-feira (17), policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio. Ao menos oito pessoas foram detidas.

A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.

O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.


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