Folha de S. Paulo


Manifestantes da CUT são vaiados na Candelária, no Rio

A Praça Pio X, onde fica a igreja da Candelária, ponto de concentração do protesto marcado para as 17h desta quinta-feira (20), no Centro do Rio, já está totalmente ocupada por manifestantes. Por volta das 16h30, 3.000 pessoas estavam concentradas no local, de acordo com a PM.

Um grupo de militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) levantou duas bandeiras com a marca da central e recebeu uma estrondosa vaia do público que se concentra na área lateral da Candelária.

Alguns manifestantes avançaram na direção dos sindicalistas e rasgaram as bandeiras.

Em ruas próximas à igreja, alguns jovens ainda terminam de confeccionar cartazes e de pintar seus rostos com as cores verde e amarela.

Ao contrário do que se viu na segunda-feira (17), dia do último protesto no Centro, as vias do entorno da Candelária já estão esvaziadas, uma vez que o expediente de muitas empresas terminou mais cedo. Desta vez, ambulantes estão no local para atender os manifestantes.

Segundo a PM, o efetivo hoje já será pelo menos o dobro da última passeata, quando apenas 150 policiais fizeram a segurança da população. A assessoria não informou quantos policiais estarão na rua hoje.

O governador Sergio Cabral (PMDB) informou por meio da sua assessoria que recebeu telefonema do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alertando para possíveis atentados do Comando Vermelho na manifestação de hoje, embora nem a Polícia Militar nem a Secretaria da Segurança Pública tenham confirmado a informação.

CONFRONTO

Na segunda-feira (17), policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio. Ao menos oito pessoas foram detidas.

A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.

O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.


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