Folha de S. Paulo


Com promessa de novo protesto, Congresso adota esquema especial de segurança

Com a previsão de mais uma grande manifestação em frente ao Congresso Nacional na tarde desta quinta-feira (20), o comando do Legislativo adotou um esquema de segurança especial.

A Polícia Militar do Distrito Federal montou numa barricada na via de acesso ao prédio. Os policiais estão autorizando apenas o acesso de carros oficiais de deputados e senadores e de servidores. Os carros também estão impedidos de estacionar ao redor do prédio.

Os comandos da Câmara e do Senado distribuíram uma nota informativa aos servidores sobre as mudanças. A Direção-Geral do Senado afirma que "cumprindo com o dever de zelar pela integridade física das pessoas e pelo patrimônio público, informa que, a exemplo de situações anteriores, todas as medidas de segurança foram adotadas".

A direção da Câmara justifica apenas as mudanças no estacionamento. A manifestação está programada para ocorrer hoje de tarde. Na segunda-feira (17), quando 10.000 pessoas se concentraram no gramado central do Congresso, parte do grupo chegou a ocupar a marquise do prédio.

A cúpula que representa a Câmara foi pichada com a expressão "DCE UnB" e houve também manchas de mão com tinta vermelha. Foram danificadas 20 peças de mármore na laje e na rampa de acesso ao prédio.

No Departamento de Polícia Legislativa, foram registradas três ocorrências. Duas referentes a carros danificados que estavam no estacionamento da Casa. A outra ocorrência registrou objetos encontrados na área externa da Câmara: seis garrafas de gasolina, vários pedaços de madeira, uma pedra grande e um martelo.

A Câmara vai investigar ainda os danos ao patrimônio público: as duas vidraças quebradas e as pedras de mármore da cobertura do Congresso. Estão sendo analisadas fotografias e vídeo, para que se verifique a possibilidade de identificação de autoria dos danos.

EXPLICAÇÕES

Ao chegar para uma audiência no Senado, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) reforçou o discurso da presidente Dilma Rousseff sobre os protestos que acontecem por todo o país. Para o chanceler brasileiro, o país está "mais forte". "Na medida em que as manifestações sejam pacíficas as vozes dos manifestantes serão ouvidas", disse.

"Isso é em função, em grande medida, do fato de que houve avanços importantes da sociedade brasileira, que permitem que os jovens e os outros manifestantes tenham outras aspirações e essas aspirações, sendo legítimas, o governo tentará atendê-las", afirmou o ministro. Ontem, Patriota comentou o assunto em entrevista à rede CNN.

RESPOSTA

Para acompanhar os desdobramentos da manifestação, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), decidiu antecipar seu retorno ao Brasil. Desde o início da semana, o peemedebista estava em viagem oficial à Rússia. Ele deve chegar a Brasília no fim da tarde de hoje. Inicialmente, voltaria na sexta-feira (21).

Além de Eduardo Alves, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) também retorna ao país. A decisão foi tomada após conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RN). Outros parlamentares que estavam na viagem também estão tentando antecipar o retorno.

Alguns encomendaram estudos ténicos. A ideia é dar uma resposta aos protestos, com a análise de projetos que tenham relação com os protestos.

O líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), encomendou levantamentos sobre a execução orçamentária sobre os setores alvo de críticas.


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