Folha de S. Paulo


Entenda como o Datafolha calcula multidões

O Datafolha calcula o número de manifestantes do Movimento Passe Livre apenas durante a concentração inicial dos protestos realizados nesta semana.

De acordo com o instituto, diferentemente das medições feitas na Parada Gay ou na Marcha para Jesus onde há um trajeto único, não é possível calcular quantas pessoas participam do protesto a partir do momento que ele segue por diferentes pontos da cidade.

Ou seja, nas duas últimas passeatas foram calculados os públicos apenas antes de iniciadas as passeatas.

No protesto de segunda-feira, no largo da Batata (zona oeste), a estimativa foi de 65 mil pessoas. Já no de ontem, na praça da Sé, foi de 50 mil pessoas.

O Datafolha utilizou nos dois protestos o método tradicional de medição que avalia apenas a concentração média de pessoas por metro quadrado.

Profissionais do instituto percorrem toda a área da manifestação e avaliam o número de pessoas por metro quadrado em cada setor. Posteriormente as informações são reunidas em um mapa do local para a realização do cálculo relacionando as diferentes densidades com a área total.

Não entram nessa conta pessoas que desistiram da marcha ou aderiram à manifestação posteriormente, ou em locais diferentes de onde ocorreu a concentração inicial.

Já a metodologia empregada em eventos com trajeto definido permite calcular, além do total de participantes, a variação do público ao longo do trajeto: quantos entraram e saíram e quantos permaneceram do início ao fim.

Nesses casos, pesquisadores do Datafolha são divididos por setor em todo o trajeto e verificam a densidade de pessoas por metro quadrado em cada um dos setores.

A medição em cada setor é refeita a cada meia hora, à medida em que a marcha se desloca.

Enquanto isso, também a cada meia hora, outra equipe realiza pesquisas de opinião com os participantes perguntando, entre outras coisas, o horário de chegada.

A aplicação desse método só é possível em eventos cujo trajeto é pré-definido.


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