Folha de S. Paulo


Após denúncias de abusos, PM de Minas diz que irá apurar conduta em protesto

Diante de denúncias de ação violenta da Polícia Militar de Minas Gerais durante os protestos desta segunda-feira (17) em Belo Horizonte, a corporação afirmou que irá "apurar tudo e atribuir responsabilidades".

Imagens difundidas por redes sociais e exibidas por TVs locais nesta terça-feira (18) mostram PMs agredindo pessoas aparentemente indefesas.

Houve confronto ontem na capital mineira quando um grupo de 15 mil a 20 mil manifestantes, segundo estimativa da PM, tentou se aproximar do Mineirão, onde ocorria o primeiro jogo na cidade pela Copa das Confederações, entre Taiti e Nigéria.

A PM montou barreiras e disse ter agido --com balas de borracha e bombas de gás-- após um grupo furar o bloqueio e agredir policiais.

Sobre as denúncias de ação violenta, o comandante da PM mineira, coronel Márcio Martins Sant'Ana, afirmou que tudo será apurado.

"A Polícia Militar vai apurar isso tudo e atribuir responsabilidades", disse.

A PM informou que a Polícia Civil buscará identificar imagens dos manifestantes que teriam incitado o confronto.

Segundo a Folha apurou, a PM identifica supostos militantes de partidos de extrema esquerda como responsáveis pelo confronto.

O comandante da PM disse ainda que é um "desafio" para a corporação garantir o direito da manifestação ordeira quanto há grupos minoritários dispostos a causar tumulto.

"É um grande desafio a PM prestar esse serviço de maneira serena e ainda detectar esses infratores. Existe uma má intenção explicitada", disse, que afirmou que bombas de gás e balas de borracha só serão usadas em casos extremos.

Um dia após o confronto, o governador Antonio Anastasia (PSDB) fez um pronunciamento nesta terça-feira para dizer que o Estado vai garantir o direito de manifestação "pacífica".

NOVO PROTESTO

Manifestantes começaram a se reunir no final da tarde desta terça-feira (18) em um novo protesto em Belo Horizonte. Cerca de 500 a 1.000 pessoas fecharam a avenida Antônio Carlos, que liga o centro À região da Pampulha, nas imediações do campus principal da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mesmo cenário do conflito de ontem.


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