Folha de S. Paulo


Manifestantes tentam invadir a Prefeitura de SP durante protesto

Um grupo de manifestantes tentou invadir a Prefeitura de São Paulo na noite desta terça-feira durante o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e ônibus. Guardas civis que faziam um cordão de proteção e entraram no prédio, enquanto manifestantes pichavam o local e atiravam objetos.

A polícia chegou a usar spray de pimenta contra os manifestantes depois que eles atravessaram a proteção de grades que cercava o prédio. Alguns manifestantes tentavam acalmar os mais exaltados e recolocaram as grades de proteção. Até o momento, não havia informações de pessoas feridas ou detidas.

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O grupo se reuniu na praça da Sé e se dividiu no momento da passeata, indo um em direção à prefeitura e outro em direção ao terminal Parque Dom Pedro 2º.

O público é formado na maioria por jovens e estudantes. As bandeiras de partidos estão proibidas no manifesto. Os únicos estandartes aceitos são da UNE (União Nacional Estudantil), do próprio "Movimento Passe Livre" e de frentes contra a corrupção.

Durante a passeata, o grupo passou na frente da Secretaria de Segurança Pública, onde formou um coro pedindo que o ato ocorra "sem violência".

Esse é o sexto protesto promovido contra o aumento das passagens de transporte público. Os primeiros atos foram marcados por confrontos entre policiais e manifestantes. O protesto mais violento ocorreu na última quinta-feira (13), quando cerca de cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas.

A manifestação com maior número de pessoas, no entanto, ocorreu ontem, quando reuniu cerca de 65 mil, segundo o Datafolha. O ato ocorreu de forma pacífica na maior parte do tempo, tendo ocorrido tumulto apenas na frente do Palácio dos Bandeirantes, já no fim da noite. Não houve, porém, feridos ou detidos.

HADDAD

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deixou no início da noite desta terça-feira o seu gabinete na prefeitura, na região central da cidade, para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tanto ele quanto o ex-presidente foram ao encontro de Dilma no aeroporto de Congonhas, onde ela se prepara para decolar de volta a Brasília. Ela chegou no início da tarde à cidade para se encontrar com seu padrinho político.

Haddad sinalizou no começo da tarde que poderá rever o aumento da tarifa, desde que algumas providências, como a desoneração de impostos federais e estaduais, sejam adotadas.

Este será um dos assuntos da pauta dele com Dilma e Lula. Outro tema é a renegociação da dívida da Prefeitura de São Paulo com o governo federal. O prefeito alega que o pagamento dos serviços correspondentes ao débito oneram o caixa municipal.


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