Folha de S. Paulo


Prejuízo com protesto em Porto Alegre pode chegar a R$ 1 milhão

O protesto de segunda-feira (17) em Porto Alegre deixou um saldo de 45 manifestantes presos e um prejuízo, calculado por órgãos públicos, que pode chegar a R$ 1 milhão.

Só a prefeitura estima as perdas em R$ 752 mil. A maior parte do valor se refere a um ônibus que foi incendiado no meio de uma das principais ruas da cidade e que teve perda total.

Dezenas de contêineres da coleta de lixo, semáforos e placas de sinalização também acabaram danificadas.

A passeata reuniu 10 mil pessoas, segundo a Brigada Militar (a PM gaúcha), e transcorria de maneira pacífica até a polícia reprimir a depredação de uma concessionária de veículos. A partir de então, confrontos entre manifestantes e a cavalaria da polícia ocorreram durante quatro horas em vários pontos da região central de Porto Alegre.

Ao recuar frente as investidas da polícia, manifestantes mais exaltados deixaram um rastro de destruição. Segundo o governo do Estado, foram atacados pelo menos cinco agências bancárias, cinco estabelecimentos comerciais e quatro prédios públicos.

Uma agência da CEEE (companhia de energia do Estado) foi saqueada e teve seis monitores furtados. O Departamento de Identificação, que confecciona RGs no Estado, foi invadido e teve oito terminais destruídos. As atividades no órgão estão suspensas no resto da semana.

No centro, onde houve um saque a um salão de beleza, comerciantes falam em montar guarda para evitar vandalismo no protesto programado para quinta-feira.

PRISÕES

No fim da noite de segunda-feira, 21 pessoas detidas foram levadas a delegacias da capital gaúcha e liberadas logo depois. Outros dez detidos eram menores de idade e foram encaminhados a entidades ligadas a área da criança e adolescente.

Quatro adultos pagaram fiança e foram soltos. Até o início desta noite, dez suspeitos de participação nos ataques continuavam presos. Eles podem responder por dano qualificado e desacato.

A Secretaria da Segurança do Estado defendeu a ação da Brigada no protesto e argumentou que há "depredadores misturados" no interior do movimento.

A polícia não deu detalhes do perfil deles nem a que grupos pertencem. Na segunda e em passeata na semana passada, jovens mascarados carregando material com símbolos do anarquismo lideraram ações de vandalismo.

Segundo o comandante-geral da Brigada, Fábio Duarte Fernandes, os depredadores mantêm contato pelas redes sociais e combinam métodos e ações violentas para determinadas partes das manifestações. "Eles não têm uma liderança e isso dificulta identificar quem são."


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