Folha de S. Paulo


Análise: imagens do protesto reforçam a onipresença do smartphone

As cenas das últimas semanas vistas nas ruas de São Paulo e do país, nos protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, reforçam o poder da tecnologia. Mais especificamente, a onipresença do smartphone, o telefone móvel mais popular no mundo e em expansão também no Brasil.

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Têm sido esses aparelhos, com suas máquinas fotográficas e filmadoras, as "armas" empunhadas pela maioria dos manifestantes confrontados pela polícia.

Os telefones são erguidos e exibidos como espécie de testemunhas oculares cada vez que soldados se aproximavam da multidão.

Com a ciência de que os atos podem ser acompanhado, em tempo real, por autoridades e pela própria polícia, os telefones viram uma espécie de escudos. Conectados à internet, podem ser comparados a flagrantes.

O Brasil tem hoje mais de 260 milhões de linhas de celulares ativas, e estima-se que, em 2014, mais de 50% estejam em smartphones.

Entre os mais novos, a adoção é maior que a média. Pesquisa da Telefónica aponta que dos jovens entre 18 anos e 30 anos ouvidos, 63% disseram possuir o bem.

Muitas das imagens registradas nos atos não estariam na internet e na televisão se tantos celulares inteligentes não estivessem ligados por ali.

Um exemplo é o vídeo postado no YouTube, por um repórter do PSTU, na semana passada. Nas cenas, jornalistas se identificam como tais e pedem para que não sejam atingidos, mas o pedido é ignorado. As cenas devem ser investigadas pela Corregedoria da Polícia Militar.

No fim da semana passada, uma busca simples no site indicava mais de 8.600 vídeos postados sobre a manifestação no entorno da avenida Paulista, grande parte de autores desconhecidos.


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