Folha de S. Paulo


Haddad diz que crise da tarifa é dos prefeitos de todo o país

Durante encontro na manhã de hoje entre manifestantes do Movimento Passe Livre e o Conselho da Cidade, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que o problema com o valor da tarifa atinge várias cidades do país. "Os prefeitos do país inteiro estão com problemas", afirmou.

Enquete: O movimento Passe Livre vai conseguir reduzir o preço das tarifas?

Haddad disse ainda que a discussão sobre a tarifa é um debate que interessa para a cidade que ontem teve uma "demonstração de quanto preza pela democracia no dia de ontem". Ele negou que tenha chamado os manifestantes de baderneiros. "Nunca usei as palavras 'vândalos' ou 'baderneiros' para me referir aos manifestantes. Essas palavras não fazem parte do meu vocabulário político", disse.

Na semana passada, Alckmin chamou de 'baderneiros' os manifestantes após confronto com a PM na semana passada.

Ainda segundo Haddad, não há recursos da prefeitura para manter a passagem em R$ 3. A tarifa aumentou para R$ 3,20 no início do mês e gerou uma série de manifestações.

Ele citou que as cidades que conseguem subsidiar a tarifa para onerar menos a população contam com o apoio do empresariado. Segundo ele, em São Paulo, apenas 10% do transporte é subsidiado pelos empresários, enquanto 20%, pela prefeitura e 70% pela população. O ideal, segundo o prefeito, seria que a participação dos empresários aumentasse para um terço.

O Movimento Passe Livre diz que é preciso "[diminuiur o lucro dos empresários]": do setor.

Haddad disse que o Senado estuda desonerar o transporte público de todo o país.

Após falar por 30 minutos, o prefeito sentou na plateia para ouvir os representantes do Passe Livre. A reunião finalizará com um encaminhamento do prefeito.

O movimento reafirmou sua posição de "tomada das ruas" enquanto não houver revogação do aumento.

"Convidamos o prefeito para uma nova reunião amanhã, às 10h, para discutir a proposta em um conselho deliberativo, pois este conselho não tem caráter decisório", disse Mayara Vivian.

Os representantes disseram que outras pautas surgiram desde a semana passada, "pois são muitas as insatisfações com o governo", mas que o tema principal continua sendo os transportes.


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