Folha de S. Paulo


Porto Alegre registra saque, ônibus queimado e lojas depredadas

A noite de protestos desta segunda-feira (17) em Porto Alegre teve um ônibus queimado, dezenas de lojas depredadas e saques em um escritório do Estado. A entrada do Palácio da Justiça do Rio Grande do Sul também acabou danificada no protesto.

A manifestação começou por volta das 18h, em frente à prefeitura, no centro da cidade, e seguiu sem ocorrências graves até as 20h, quando eclodiu um confronto com a Brigada Militar (a PM gaúcha).

Após a depredação de uma concessionária Honda, os policiais partiram para cima dos manifestantes, que estavam nas proximidades da sede do jornal "Zero Hora", com bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes recuaram e grupos mais exaltados começaram a agir de maneira violenta.

Dezenas de contêineres de lixo foram queimados e lojas acabaram depredadas. Um shopping da redondeza trancou suas portas e os clientes ficaram na garagem, sem ter como sair.

Um grupo de manifestantes cercou e depredou um carro da Brigada. O policial que estava no veículo foi agredido, mas conseguiu arrancar e sair às pressas do local.

Em frente ao Parque da Redenção, um dos locais mais conhecidos da capital do Rio Grande do Sul, um ônibus foi totalmente incendiado.

Ao recuar, a manifestação se dirigiu à Cidade Baixa, conhecido bairro boêmio da cidade. Com o corre-corre da cavalaria da polícia e manifestantes, restaurantes e bares fecharam as portas e clientes, com medo, ficaram retidos dentro dos estabelecimentos.

Os participantes do protesto voltaram a se reunir em um cruzamento do bairro. Por volta das 22h30, quando tudo parecia se acalmar, houve nova onda de violência. Após um contêiner de lixo pegar fogo, a Brigada voltou a avançar e os manifestantes correram em direção ao centro. Deixaram um rastro de destruição, atacando vidraças e equipamentos públicos.

Um dos alvos, nesse momento, foi uma agência da CEEE, a companhia de energia do Estado, no centro da cidade. Além dos danos às vidraças, pessoas que estavam na passeata entraram no local e furtaram computadores e monitores.

Na Cidade Baixa, um grupo tentou forçar passageiros de um ônibus a descer para atear fogo no veículo. Mas acabaram impedidos por outros manifestantes, que gritavam: "Isso não me representa". Devido ao protesto, ônibus foram recolhidos às garagens na cidade.

Durante a passeata, a causa mais lembrada nos coros dos manifestantes foram os gastos com a Copa do Mundo. Também reclamaram do preço das passagens e da violência policial em São Paulo.


Endereço da página: