Folha de S. Paulo


Aposentada de 82 anos participa de ato contra as tarifas em SP

Mesmo com dificuldade para andar, a aposentada Marita Ferreira, 82, fez questão de participar desse quinto protesto contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e ônibus na capital paulista. "Não vim brincar, vim protestar", disse ela no meio dos cerca de 65 mil manifestantes.

"Vim porque quero um Brasil melhor, com salários melhores. Os aposentados não estão aguentando. Tem muita desgraça, muito sem-teto", afirmou a idosa, que disse ter participado dos Caras Pintadas. Hoje, ela foi acompanhada do filho, que precisou carregá-la.

Com aproximação de protesto, Palácio dos Bandeirantes é fechado

Os cerca de 65 mil manifestantes, que se concentraram no largo do Batata, na zona oeste, no fim da tarde, se dividiram e fecharam vias como a Faria Lima, av. Eusébio Matoso, a av. Paulista, a 23 de Maio, a Rebouças, a ponte Estaiada e a marginal Pinheiros, antes de se dirigirem para o palácio dos Bandeirantes.

Esse é o quinto protesto feito contra o aumento do transporte público. As últimas manifestações foram marcadas por confrontos. O último caso ocorreu na quinta-feira (13), quando houve confusão na rua da Consolação, na região central. Segundo organizadores, ao menos cem pessoas ficaram feridas e mais de 200 foram detidas. Dentre jornalistas, houve 15 feridos, sendo sete da Folha.

Para esta segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a Polícia Militar não usará balas de borracha contra os manifestantes. "Nós acreditamos em uma manifestação pacífica e organizada, em que a polícia vai apenas ordenar para que ela aconteça", disse ontem (16) o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.

Sabine Righetti/Folhapress
Aposentada Marita Ferreira, 82, durante protesto contra aumento do transporte público na capital paulista
Aposentada Marita Ferreira, 82, durante protesto contra aumento do transporte público na capital paulista

GOVERNO

A Casa Militar do governo de São Paulo determinou por volta das 20h30 desta segunda-feira o fechamento do Palácio dos Bandeirantes --sede do governo estadual-- e proibiu os funcionários de deixar o local. É um protocolo de segurança do palácio.

A medida foi tomada depois de chegarem informações de que manifestantes que se concentraram na marginal Pinheiros estão se deslocando para o Bandeirantes, de onde o governador Geraldo Alckmin (PSDB) acompanha os protestos em São Paulo.

Um oficial da Polícia Militar está em contato direto com um dos líderes das manifestações. Como a região do palácio é considerada zona de segurança, as tropas de elite da Polícia Militar podem ser chamadas para proteger o local.

Por volta das 22h, um grupo chegou a chutar e jogar objetos contra o portão 2 do Palácio dos Bandeirantes, mas outros jovens passaram a pedir calma. Policiais chegaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão.


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