Folha de S. Paulo


PM usa bombas de gás e balas de borracha durante protesto em BH

Cerca de 15 mil manifestantes que marchavam em direção ao Mineirão, em Belo Horizonte, no fim da tarde desta segunda-feira foram parados em um bloqueio da Polícia Militar na avenida Presidente Antonio Carlos, a cerca de 200 metros da entrada da UFMG (Universidade Federal de MG).

Enquanto negociavam um possível avanço com a polícia, alguns manifestantes tentaram furar o bloqueio e foram recebidos por bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os manifestantes atiraram pedras e incendiaram objetos de plástico retirados de obras, obstruindo a passagem.

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Pelo menos um manifestante, com a cabeça coberta, foi detido. Uma concessionária teve os vidros quebrados.

Após o fim do jogo entre Nigéria e Taiti, pela Copa das Confederações, a policia desfez o bloqueio, e a manifestação voltou a avançar em direção ao estádio.

Um novo confronto ocorreu por volta das 19h20, no viaduto José Alencar, quando um grupo de manifestantes caminhava em direção a policiais na mesma avenida Antonio Carlos, na região da Pampulha.

Homens da PM chegaram por trás e jogaram bombas de efeito moral. O grupo se dispersou e a polícia alvejou os manifestantes com balas de borracha a curta distância --um a cinco metros de distância.

O estudante de geografia Gabriel Teles, 19, estava sentado no chão com uma faixa de protesto contra o aumento da tarifa e foi agredido por golpes de cassetete.

Um grupo de moradores de um prédio saiu pela janela e começou a gritar palavras de ordem contra a PM, classificada como "covarde".

Um dos manifestantes era Lucas de Souza, 20, estudante de engenharia da UFMG. "Sempre tive insatisfação contra o transporte público de Belo Horizonte. As manifestações que aconteceram no Rio e em São Paulo mostraram que unidos poderemos conseguir mudanças."

Maria Carolina, 19, estudante de relações internacionais da UFMG, repetia discurso semelhante: "Vi a mobilização nas redes sociais e decidi participar por concordar com os ideais defendidos nas manifestações."


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