Folha de S. Paulo


Curitiba terá novo protesto contra tarifa hoje, com presença policial

Mais um ato contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba está programado para o fim da tarde desta segunda-feira (17), a partir das 18h, em sincronia com protestos em São Paulo e em outras cidades brasileiras.

Esta será a terceira manifestação na cidade nos últimos dias.

Até agora, cerca de 27 mil pessoas confirmaram presença no evento, convocado pelo Facebook. A expectativa dos organizadores é que pelo menos 10% delas participem do ato -ou seja, 2.700.

Num manifesto impresso, a Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, que congrega várias organizações e coletivos, diz lutar "contra a tarifa injusta e a violência da polícia", e reivindica o congelamento da tarifa em R$ 2,60.

Em março, a passagem de ônibus em Curitiba subiu para R$ 2,85.

"O transporte público em Curitiba é dominado por uma máfia. Lutamos para que seja aberta a caixa preta", diz o manifesto, que defende a criação de uma empresa pública para gerir o transporte na cidade e o passe livre para estudantes.

"O transporte é um direito e não deve ser tratado como mercadoria", afirma o documento.

HISTÓRICO

Nas últimas passeatas do movimento, com participação de até mil pessoas, ruas do centro da cidade foram fechadas por alguns minutos, mas não houve violência nem vandalismo. A Polícia Militar e a Guarda Municipal acompanharam os atos apenas à distância.

Desta vez, com o aumento da participação popular, a Prefeitura de Curitiba fez uma reunião com os manifestantes, pedindo que seja preservada "a segurança" da população e dos ativistas.

A Guarda Municipal acompanhará a passeata, que não tem trajeto definido, com foco em garantir a fluidez do trânsito. Já a PM afirmou que monitora o movimento desde seu início, à distância, e que a expectativa é que ele continue "pacífico". A princípio, não serão deslocados policiais para o ato de hoje.

"É legítima a manifestação", disse o secretário municipal de Relações com a Comunidade, Caíque Ferrante. "Nós não queremos seguir o exemplo de outras cidades; queremos ser diferentes. Curitiba sempre foi pacífica e assim queremos continuar."

Tanto a prefeitura quanto a Polícia Militar afirmam que os atos são pacíficos.

Os manifestantes, que não quiseram falar com a imprensa hoje, também pediram uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet (PDT), para reivindicar a queda do preço da passagem. O encontro pode ocorrer ao longo da semana.

Uma nova manifestação contra a tarifa, chamada de "Farofada do Transporte", está programada para a sexta-feira (21).


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