Dois dias após o último protesto contra a redução das passagens de ônibus e metrô organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre), o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, convidou a liderança do movimento para uma reunião com o intuito de evitar novas cenas de violência no próximo protesto, marcada para a próxima segunda-feira (17), às 17h.
Em entrevista coletiva na na Secretaria de Segurança Pública, na tarde deste domingo (16), Vieira anunciou um convite aos manifestantes do MPL para uma reunião às 10h na próxima segunda-feira (17). Esse é o primeiro convite oficial que o governo faz aos manifestantes.
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"Não queremos ver mais o que aconteceu na semana passada. Queremos que as pessoas se manifestem, mas queremos também que a população consiga chegar em casa", disse o secretário. "Sabemos que a imensa maioria das pessoas quer se manifestar em paz."
Em virtude do convite, o MPL decidiu antecipar uma entrevista coletiva --inicialmente marcada para o mesmo horário-- para as 9h, para participar da reunião com o secretário.
Para Vieira, o uso da Tropa de Choque não deve ser necessária na próxima manifestação, já que ele acredita que o ato será pacífico. "Nós acreditamos em uma manifestação pacífica e organizada, em que a polícia vai apenas ordenar para que ela aconteça."
O secretário também afirmou que não há previsão para o fim da investigação dos abusos cometidos por policiais no protesto da última quinta-feira (16).
Diante dos casos de violência contra a imprensa, como no caso da jornalista Giuliana Vallone, da Folha, que levou um tiro de bala de borracha no olho (mas não corre o risco de perder a visão), e do fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, que também levou o tiro no olho e tem chances mínimas de recuperar totalmente a visão, o presidente da Arfoc (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de São Paulo) levantou a possibilidade de a imprensa usar uma identificação conjunta.
O secretário considerou a proposta "interessante".