Folha de S. Paulo


Manifestantes invadem site da Secretaria de Educação de SP

O site da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo foi invadido na noite de quarta-feira (12) por manifestantes contrários ao aumento das tarifas de transporte público na capital paulista.

"Exigimos a redução da tarifa! Os supostos representantes devem ouvir a vontade do povo! Basta de políticos inócuos! Estamos acordados! Seus dias de fartura estão contados!", escreveram os hackers na mensagem postada no site.

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Os manifestantes também reafirmaram a convocação para um novo protesto nesta quinta-feira: "Dia 13 de Junho, 17h no Teatro Municipal de São Paulo! Todos às ruas!".

Reprodução
Manifestates contrários ao aumento das tarifas de transporte público invadem site oficial da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Manifestantes contrários ao aumento das tarifas de transporte público invadem site da Secretaria de Educação do Estado de SP

Mais cedo, após reunião com o Ministério Público de São Paulo, manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) --organizador dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público-- já haviam afirmado que o protesto marcado para esta quinta-feira estava mantido.

A Promotoria se comprometeu a marcar uma reunião com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), para negociar uma suspensão, por 45 dias, do valor da nova tarifa de R$ 3,20. Antes do aumento, a tarifa de ônibus, metrô e trens custava R$ 3.

Se a reunião surtir efeito e a tarifa for suspensa, os protestos também serão, afirmaram integrantes do Passe Livre. Caso contrário, as manifestações continuam.

Questionado sobre a possibilidade de prefeito e governador não aceitarem a proposta, Maurício Ribeiro Lopes, promotor de Habitação e Urbanismo da capital, disse que "eles [o governo] estarão devolvendo a estes movimentos o protagonismo". "Hoje, assistimos a um gesto de boa vontade deles [MPL] em devolver a questão ao Estado. Mas não há nenhum compromisso de que a tarifa baixará", completou.

Se a proposta for aceita antes das 17h, Lucas Monteiro, do MPL, afirmou que a manifestação se transformará em um encontro de celebração.

A reunião realizada na quarta na sede do Ministério Público contou com Adalto Farias, representante da Secretaria Municipal de Transportes e Pedro Luiz Machado, representante da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos. Foi formado também no encontro uma comissão que analisará com o governo durante 45 dias as planilhas de custos e a composição da tarifa do transporte coletivo.

Na comissão estão dois membros do MPL, dois membros do PSOL e um membro do sindicato dos metroviários.

Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato dos metroviários, que também participou da reunião, fez questão de deixar claro que a suspensão dos protestos durante o período do acordo diz respeito às manifestações em vias públicas mas que os encontros serão mantidos em espaços como o Parque do Ibirapuera.

De Paris, onde estão para apresentar a candidatura de São Paulo à Expo 2020, Haddad e Alckmin criticaram os protestos. Ao todo, já ocorreram três manifestações contra as tarifas em menos de uma semana. Em duas delas ocorreram confrontos com a PM e atos de vandalismo.

Haddad condenou os atos de violência que ocorreram em São Paulo e que foram deflagrados, segundo ele, por "pessoas inconformadas com o Estado democrático de direito".

Já Alckmin chamou os manifestantes de "baderneiros". "É intolerável a ação de baderneiros e de vândalos destruindo o patrimônio público e devem pagar por isso. É patrimônio coletivo. Destruir ônibus, que é exatamente para servir a população, é inaceitável", disse o governador. (ANA KREPP)


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